quarta-feira, 29 de outubro de 2008




Quanto tempo, hein, galerinha? Agora o que me resta é jurar com os pés juntos que 2009 será um ano diferente... todos os alunos farão redações e eu terei tempo para me dedicar integralmente a este blog. Seja como tiver sido, pelos poucos textos que postei, acho que a idéia já valeu a pena. Tomara que no que vem ela vingue de vez.

quarta-feira, 21 de maio de 2008


Aula 3 - Exercício Proposto:


Quando Você Foi Embora
Composição: Alceu Valença


Quando você foi embora todo mundo me falava

Que você não tinha asas nem pernas pra caminhar

Mas você seguiu sozinha carregando dor e mágoa

Pôs os pés na nova estrada sem parar pra meditar


E foi um tal de sofrer, um tal de doer, um tal de chorar

E foi um tal de sofrer, um tal de correr pra beira do mar

E eu só na sala deserta com a porta entreaberta

Pra te ver voltar


Quando você foi embora todo mundo lhe falava

Que você não tinha asas nem pernas pra caminhar

Mas você seguiu sozinha carregando dor e mágoa

Pôs os pés na nova estrada sem parar pra meditar

E foi um tal de sofrer, um tal de doer, um tal de chorar

E foi um tal de sofrer, um tal de correr pra beira do mar

E eu só na sala deserta com a porta entreaberta

Pra te ver voltar


Quando você foi embora todo mundo me falava

Que eu deixasse a nossa casa pra não cansar de esperar

Hoje não sinto mais nada, nem amor, nem dor, nem mágoa

Fechei a porta da entrada só pra não te ver voltar


Vinte anos se passaram. Como anda o eu-lírico da canção “Quando você foi embora”? Elabore uma pequena narrativa (original) para contar o que ele faz da vida hoje.


Trechos de exercícios produzidos a partir da proposta da Aula 3:

“Quando fechei a porta de meu passado, segui a vida sem mágoa...” (Edson)

Gostei da frase do Edson porque ele consegue revitalizar uma metáfora clichê ("fechar a porta do passado"), encaixando-a muito bem no contexto da atividade.

“Vejo como eu carreguei minhas doces mágoas como burro de carga, empaquei na estrada porque você não queria voltar.” (Anderson Godoy)

A ironia construída aqui é interessante pela ambigüidade: o eu-lírico da canção é comparado a um burro não só porque empaca... mas pela sua imbecilidade em não querer admitir o que já se tornou tão óbvio.



“(...) tenho um novo amor numa nova vida à beira do mar.” (Josina da Silva)

O que poderia parecer um erro de revisão (a repetição do termo "novo") ganha outro sentido quando pensamos no esforço contínuo de renovação do eu-lírico da canção a fim de alcançar alguma paz.

terça-feira, 20 de maio de 2008




Alguns dos textos produzidos a partir dos exercícios propostos na Aula 4:



Exercícios:



1. Construa uma paródia para o seguinte trecho do livro “Iracema”, romance de José de Alencar:


“Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema. Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna e mais longos que seu talhe de palmeira. O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado. Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas.”



Cemaria



Perto, muito perto do pé daquela serra, Cemaria nasceu, onde o horizonte cinzento nunca desanuviava.
Cemaria morava na desmatada ex-mata. Cemaria que corria como ligeira cotia, ganhava vida de maneira sofrida.
Nada de mel corria dos lábios de Cemaria.
Cemaria corria para criar suas crias.
Cemaria... Rodava bolsa de noite e lavava roupa de dia.
Os pés grossos de Cemaria, que nunca vira sapatilha, andavam pelos campos... de algodão... re-colhendo seus sonhos.

(Anderson H. Godoy)



Piracema


Além, muito além da perfeição estética e virginal de uma jovem índia sob uma paisagem de cartão postal se escondia uma curiosidade acerca de um fenômeno, para ela, milagroso.
Com a ansiedade de quem está prestes a dar à luz, a moça deixou para trás quilômetros de grama pisoteada até chegar ao trecho do rio onde acontecia o milagre responsável pela sustentação de sua tribo por gerações: a multiplicação dos peixes. Seus olhos outrora inocentes buscavam agora compreender o que viam: peixes nadando contra a maré. Nascia neste momento, assim como os peixes, a primeira pesquisadora indígena.

(Elisangela Paiva)


Era Ira, não a Iracema dos lábios de mel. É só Ira.
A menina das vestes surradas, pés sujos e cabelos mal penteados. Que nasceu com um teto e agora as estrelas a acolhem.
Corre mais rápido do que um tigre em meio a becos para fugir da polícia, devido ao roubo de um pão, pois ninguém lhe dá de comer.
A garota revoltada com a sociedade que, ao invés de lhe ajudar, simplesmente a marginaliza.

(Beatriz Ikeda)



2. Imagine um diálogo entre o esposo de Dona Gigi e Martim, o par romântico de Iracema. Ambos estão à procura de suas respectivas amadas, das quais se desencontraram. Como se daria essa conversa?



Letra da música utilizada em sala:

Dona Gigi


"Eu sou a dona gigi"

Ih dasqui dasqui dasqui ih

"Esse aqui é meu esposo"

Ih dasqui dasqui dasqui ih

"Esse aí é seu esposo?!?"

Ih dasqui dasqui dasqui ih

"É sim..."

Se me vê agarrado com ela

Separa que é briga tá ligado!

Ela quer um carinho gostoso

Um bico dois soco e três cruzado!

Tá com pena leva ela pra casa

Porque nem de graça eu quero essa mulher!

Caçadores estão na pista pra dizer como ela é...


Caolha, nariz de tomada, sem bunda, perneta,

Corpo de minhoca, banguela, orelhuda, tem unha incravada,

Com peito caído e um caroço nas costas...

Ih gente! Capina, despenca,

Cai fora, vai embora ,

Senão vai dançar,

Chamei 2 guerreiros,

Bispo Macedo com Padre Quevedo pra te exorcisar...

Oi, vaza!Tcha tchritcha tchritcha tchum, tchritcha tchritcha

Fede mais que um urubu, Canhão!

Vou falar bem curto e grosso contigo, hein...

Já falei pra vazar!Coisa igual nunca se viu...

Oh vai pra puxa... tu é feia!


Ih dasqui dasqui dasqui ih

"Eu sou a dona gigi"

Ih dasqui dasqui dasqui ih

"Esse aqui é meu esposo"

Ih dasqui dasqui dasqui ih

"Esse aí é seu esposo?!?"

Ih dasqui dasqui dasqui ih

"É sim..."

(Composição: Waguinho)
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- Fala aí, mano Martim! Faz tempo que num te vejo, ainda tá pegando aquela gata boazuda, mó glamurosa da Iracema?
Martim, extasiado com tal figura ilustre, o marido de Dona Gigi a indagar, responde prontamente:
- Está por falar de minha musa, meu brilho do sol, meu doce de mel: Iracema? E mais, diz que estou a pegá-la, como isto? Ela não é um animal em que pego, assim como faço com um cachorro.
- Fala sério, ô chefia, tu tá entendendo tudo errado, mas pô, vamo deixá isso pra lá né cara, mas pensando bem sua mina não é cachorro não, é uma bela duma cachorra, aí, morô? Mudando de assunto "tu sabes" onde tá minha patroa? Ela sumiu cara, pô, ela é feia, véia e banguela, mas é minha, é como fusca véio, é feio, é véio, mas tá pago.
Martim, por não entender nada e também preocupado com sua virgem dos lábios de mel, faz uma pergunta ao esposo de Dona Gigi:
- Será que tal senhor, que confunde meus pensamentos e que compara minha amada a um ser irracional, poderia ser gentil e me informar, retirando de meu peito apaixonado a angústia de não saber onde está minha querida, gloriosa dona dos meus sonhos?
O marido de Dona Gigi, sem muito entender o que Martim falara, responde:
- Nossa, véio, num sabia que essa sua mina era tudo isso, meu, tô ligado porque você tá com ela tanto tempo, meu, tu não tem uma mulher em casa, maluco, você tem um parque de diversão todinho, fala sério, mas o que você falô aí, num sei onde tá não, se também soubesse catava e levava pras quebrada do meu cafofo lá na favela. Mas véio, tu num me falô, viu minha tchutchuca por aí?
Martim, sem reação a tanta besteira, pois nunca ouvira tantos absurdos, meio sem jeito, responde:
- Ora, meu caro, e como sua senhora vos parece? É bela como minha Iracema? Tem olhos que clareiam seus passos no anoitecer? Cabelos lisos, como ao tocar de um pena?
- Puts véio, cê tá perguntando coisa demais, minha muié bela? No mínimo ela é a fera. Óios? Que óios? Ela só tem um, mano, cê tá tirando comigo? Cabelos? Cê tá por fora maluco, meu, pra tu tê uma idéia, ela, quando vai lavar louça, parece o menino maluquinho, tasca a panela na cafurina e esfrega ali mesmo, pelo visto cê num viu não, elas devem ter ido pra quebradas diferentes.
Após o marido de Dona Gigi falar, ao olharem para trás, estavam chegando Iracema e Dona Gigi. Ambos ansiosos pelo encontro logo perguntaram:
- Ó minha virgem, minha amada, meu doce sonho, por onde andava a doce Iracema? - euforicamente Martim pergunta e docemente Iracema responde:
- Meu querido Martim, fui ao toalete para pentear minhas lisas madeixas negras.
Já o marido de Dona Gigi, não tão prontamente, fala:
- Ô baronga, onde tu tava? Di novo sustando as mulecada du shopingui?
- Ô neguinho, num fala assim cumigo não, eu fui lá no mijatório lavá o beiço.
O marido de Dona Gigi vira para Martim, com uma risada sem dente e diz:
- Tá vendo véio, falei que que elas tinham ido pra quebradas diferentes?
(Ana Carolina Campos Carneiro)
Martim, encontrando-se com o gentil esposo de Dona Gigi, decide abordá-lo:
-Ó, jovem guerreiro, acaso viste em teu caminho a bela morena que me castiga com sua ausência e me faz perder os sentidos?
- Que foi, maluco? Tu tá com algum problema? Será que dava pra falar direito?
- Meu coração não suporta o peso de imaginar como seria viver longe daquela que, com apenas um sorriso, faz com que o guerreiro branco se esqueça de seu povo e se curve aos pés da Natureza, agradecendo-a por ter concebido tão perfeita criatura...
- Se é que eu entendi, tu tá atrás da sua mina, certo? Sabe que eu também me perdi da Gigi... E olha, vou te contar a real, até que eu tô com saudade daqueles olho torto e daquela bunda murcha...
-Não compreendo muito bem o que dizes, mas sem dúvidas deves estar com saudades... Eu já não posso agüentar, preciso encontrar Iracema! Aqui me despeço desejando-lhe boa sorte na busca pela sua amada... E que sejam felizes, assim como serei eu ao lado da minha doce virgem...
-Falou! Até que tu é gente fina! Sorte aí com a sua... virgem!
(Bruna Ap. Garcia)
Comentários: Dessa vez tive de fazer uma seleção dentre os textos, pois havia outros bem desenvolvidos e uma quantidade boa de passagens interessantes em textos que, contudo, apresentavam ainda um ou outro probleminha na condução da narrativa. Isso significa que todos estão de parabéns? Não. Essas atividades foram realizadas durante as aulas vagas, enquanto a minha posição de vigia intimidava e tornava a escrita uma obrigação. Quero alunos que escrevam por amor às palavras e com uma certa constância. Não custa nada repetir: produção de texto não é psicografia. Não acreditem em inspiração e sim em muito trabalho duro e necessário.

terça-feira, 15 de abril de 2008


Texto produzido a partir do exercício proposto na Aula 2:


Panis et Circenses(Caetano Veloso/ Gilberto Gil)

Eu quis cantar
Minha canção iluminada de sol
Soltei os panos
Sobre os mastros no ar
Soltei os tigres
E leões nos quintais
Mas as pessoas da sala de jantar
São ocupadas em nascer e morrer...


Mandei fazer
De puro aço luminoso punhal
Para matar o meu amor e matei
Às 5 horas na Avenida Central
Mas as pessoas da sala de jantar
São ocupadas em nascer e morrer..


Mandei plantar
Folhas de sonho no jardim do solar
As folhas sabem procurar pelo sol
E as raízes, procurar, procurar...


Mas as pessoas da sala de jantar
Essas pessoas da sala de jantar
São as pessoas da sala de jantar
Mas as pessoas da sala de jantar
São ocupadas em nascer e morrer...


Mas as pessoas da sala de jantar
Mas as pessoas da sala de jantar
Mas as pessoas da sala de jantar
Mas as pessoas da sala de jantar
Mas as pessoas da sala de jantar
Essas pessoas da sala de jantar
São as pessoas da sala de jantar
Mas as pessoas da sala de jantar
São ocupadas em nascer e morrer...


Conte uma pequena história em que o protagonista mata seu amor às 5 horas na Avenida Central.


O Sol brilhava iluminando a grande fila de automóveis que se formava na Avenida Central da cidade. Dentro de um carro preto, uma pessoa angustiada e saturada tentava se acalmar ouvindo Marisa Monte enquanto uma aliança reluzia em seu dedo, talvez pedindo mais uma chance. Ao passar pelo semáforo e avistar outra certa aliança saindo do escritório, o pé calçado em uma belíssima sandália pisa no acelerador e as mãos de unhas compridas e vermelhas giram o volante na direção da calçada, sem culpa, atingindo o causador de tanto sofrimento. Finalmente acabava, e o que resta da vida que levaram são apensa anéis dourados sem sentido.

Naquele dia, enquanto senhoras inglesas tomavam seus chás, a vida de uma mulher mudava totalmente.

(Bruna L. Garcia)


Mais textos produzidos a partir do exercício da Aula 1 de Produção de Textos de 2008:

Cego, isso já está demorando
não tá agüentando a correria?
Anda logo, diz que desiste
e acaba com essa sua cantoria.
É um dia, é um dedo, é um dado,
É um dado, é um dedo, é um dia.
(Gabriela S. dos Reis)

Se você já perdeu o medo
eu já esqueci o seu significado.
Tenho a valentia de um touro
sou mais corajoso que um bom soldado.
É um dia, é um dedo, é um dado,
É um dado, é um dedo, é um dia.
(Ariene Rangel)

quinta-feira, 20 de março de 2008


Textos produzidos a partir do exercício da Aula 1 de Produção de Textos de 2008

Exercício:


Zé Pretinho:
— Eu vou mudar de toada,
Pra uma que mete medo
— Nunca encontrei cantador
Que desmanchasse este enredo:
É um dedo, é um dado, é um dia,
É um dia, é um dado, é um dedo!

Cego Aderaldo:
— Zé Preto, esse teu enredo
Te serve de zombaria!
Tu hoje cegas de raiva
E o Diabo será teu guia
— É um dia, é um dedo, é um dado,
É um dado, é um dedo, é um dia!

Zé Pretinho:
— Cego, respondeste bem,
Como quem fosse estudado!
Eu também, da minha parte,
Canto versos aprumado
— É um dado, é um dia, é um dedo,
É um dedo, é um dia, é um dado!

Cego Aderaldo:
— Vamos lá, seu Zé Pretinho,
Porque eu já perdi o medo:
Sou bravo como um leão,
Sou forte como um penedo
É um dedo, é um dado, é um dia,
É um dia, é um dado, é um dedo!

Se imagine na pele de Zé Pretinho: escreva mais uma estrofe para responder ao desafio do Cego Aderaldo.


Aderaldo, que valentia!
Sendo assim quase acredito
Que tu não vai desistir
E vai até fazer bonito.
É um dedo, é um dia, é um dado,
É um dado, é um dia, é um dedo!
(Bruna L. Garcia)

Cantaste muito bem
Estes teus versos pra alguém
Mas como sou cantador profissional
Vou te mostrar o tradicional.
- É um dia, é um dedo, é um dado
é um dado, é um dedo, é um dia.
(Douglas Antônio)

-Quê que é isso meu amigo
Num fique tão aperriado
Vô dizê é a última vez
Me escute e será domado:
É um dado é um dia é um dedo
é um dedo é um dia é um dado.
(Maicon)

Nesta penada eu logo vejo
que tuas palavras não têm texto
E que por causa de minha marra
Esquecestes pra quem fala
É um dado, um dia, um dedo
É um dedo, um dia, um dado.
(Johnatan Faria)

Meu caro Cego Aderaldo
Você até que mente adoidado
Pra um cabra macho sem medo
Você tá tremendo como um bezerro.
É um dedo, é um dia, é um dado
É um dado, é um dia, é um dedo.
(Naína Cristina Silva Barros)

quarta-feira, 12 de março de 2008


Mais textos produzidos a partir da Aula Zero de 2008:

"Numa folha qualquer eu desenho uma, além de bela Nação, sociedade de abissal união, com impecável educação e sem nenhum tipo de divisão, todos são iguais, sem ilusão.
(...)
Desenho também uma criança, que, como sempre, simboliza a esperança. Essa, em se corromper, nem chega a pensar, usando artimanhas baixas como, no infinitivo, rimar, pois sabe que, assim, não passaria num vestibular. Mas quer saber? Vou passar uma borracha nesse tipo de concorrência! Ah, não... talvez não seja muita prudência."
(Alberto Ermanno dos Santos Sansone)
***
Rios de muitas vidas

Numa folha qualquer eu desenho um rio que me leva.
E me leva a flutuar.
Vou indo sempre bem devagar no meu barquinho a velejar
Com lindos peixes coloridos a me acompanhar
E muitas flores, árvores e aves a me rodear.
Muitas vezes as grandes cachoeiras fazem meu barco virar
Nado contra a força dessas águas que tentaram me afogar.
Penso que meu objetivo preciso alcançar e nado, luto.
Resisto e de volta ao meu barquinho continuo a navegar
Fico triste, com frio, não consigo respirar
"Navegar é preciso".
Minha vida não pode parar.
(Daniel de Moura)
***
"Numa folha qualquer eu desenho uma casa em que todos os móveis se encaixam perfeitamente e ganham vida junto a cores, odores e amores novos.
Nas paredes, retratos de pessoas satisfeitas, com os olhos brilhando de felicidade sem ao menos saber ao certo porquê. A temperatura é ideal, terna como colo de mãe. O chão é fofo, porém, resistente, pois sustenta os mais altos sonhos. As luzes, coloridas, ressaltam as qualidades de cada morador dela.
Os moradores...
Especiais, fantásticos... A cada passo descobrem um pedaço de uma bela estrada que por eles passa e segue no ritmo do sangue que pulsa nas veias de um apaixonado.
Apaixonados pelo prazer de construir seu futuro, os moradores criam a mais perfeita atmosfera. Desta casa os sonhos saem pelas ruas espalhando seu brilho e contagiando todos os que deles se protegiam.
E a atmosfera desse novo lar ganha aos poucos o bairro, a cidade, o país e finalmente o mundo, mundo este que timidamente se esconde em um cantinho aconchegante a que chamamos coração."
(Bruna L. Garcia)
***
"Numa folha qualquer eu desenho humildes cadeiras enfileiradas lado a lado.
Nesses pedaços de madeira molduradas em formato de acentos, estão acomodados seres pensantes, todos com suas mentes abertas e o coração pulsando.
Nas paredes cor de leite, do cômodo retangular, desenho um grande quadro verde, esse que no passado já foi negro como uma noite sem estrelas.
Em frente a este quadro está aquele homem com os dedos calejados da última colheita de palavras escritas. Esse homem com sorriso no rosto, olhar de sabedoria e com seus livros debaixo do braço diz para as mentes abertas e para os corações pulsantes: 'Bem-vindos ao primeiro dia de aula!'"
(Janaína Ferraz)

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Aula zero 2008

Textos produzidos a partir do exercício da Aula Zero de Produção de Textos de 2008

Exercício:
A Aquarela de Toquinho tem o poder de tornar o imaginado e desenhado realidade. O que você pintaria na sua aquarela? Procure trabalhar a descrição de forma poética e original, sem recorrer, portanto, a metáforas clichês (céu azul de primavera, borboletas violando flores, passarinhos cantando, etc). Inicie seu texto com a frase: “Numa folha qualquer eu desenho...”.

Texto integral:
“Numa folha qualquer eu desenho um copo de água
Com uma cor bem estranha que não é aquela cor de alma.
Bem ao lado do copo eu desenho um rosto sedento
Com sede tamanha capaz de beber de um copo barrento.
Sem pensar eu acabo apagando o desenho sem sentido
Afinal, pra que desenhar algo que não é nada bonito?
Faço uma grande sala com cadeiras, lousa, porta e janela
E desenho gente que ali aprende a fazer sua própria aquarela.”
(Erick P. de C. Calistrato)

Trechos:
“Um mundo de clichês mesmo, com o sol brilhando, o céu azul e tudo mais.” (Ricardo da Silva)
“(...) uma cabeça que com um simples balanço pode jogar todos os fios de cabelo para o mesmo lado.” (Daniela A. Pimenta)
“(...) há uma chuva de cores (...) é uma pena saber que quem está atrás desse desenho vive num mundo (...) com a ausência de cor.” (Bruna Ap. Santos)
“Palavras não só para ler e sim para ler e entender.” (Jacqueline Oliveira)
“Aos poucos imagino um mundo melhor.
Em um simples sonho,
Passo a esquecer, CPI, corrupção e a onda do cartão.” (Horácio Ferraz)