quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Despedida de 2010




Começarei 2011 com muitos projetos novos, aulas ainda não planejadas, novos roteiros para estudar o texto e seus constituintes. A cada ano, me proponho novas metas como professora do cursinho - assim como o texto, a profissão de docente nunca está acabada. É preciso sempre procurar novas respostas, novos caminhos. Espero ter instigado um pouco vocês a trilharem esses novos rumos e a olharem os textos sempre com alguma necessária desconfiança.

Bons vestibulares e bom fim de ano,

Carina

Aula 20 - Os temas filosóficos


(Fuvest 2010) - Imagens

Conferir tema em: http://www.fuvest.br/vest2010/provas/fuv2010_2fase_prova1.pdf

Construindo imagens

(Gustavo)

(...) As imagens construídas (atualmente) pela mídia tem mais valor e importância do que a própria relaidade. (Elas nos) impõem desde o nosso modo de vestir, até o que se deve comer. Alguns produtos são nomeados pelo seu logotipo. (...)

Os meios de comunicação em massa nos dizem também do que devemos gostar ou desgostar, colocando em um pedestal (...) algumas pessoas como atores, jogadores de futebol, apresentadores, etc.

(...) Porém, esta mesma mídia que constrói imagens também as destrói com imensa facilidade (...). Algumas vezes chegamos a esquecer a facilidade de imagens construídas sobre algumas pessoas (...) e as tratamos como divindades, vangloriando-as, sem nos lembrarmos que são apenas pessoas, que somos todos iguais. Independentemente de nos exibirmos na televisão ou não, não importa nossa imagem - afinal, na realidade somos todos os mesmos.

Aula 19 - Os temas atuais


(Unicamp 2007) - Agricultura

Conferir o tema em: http://www.comvest.unicamp.br/vest2007/F1/fase1.pdf

Exemplo de redação possível:

Agricultura e Conservação: questões históricas

Na historiografia que coloca em evidência a agricultura brasileira, diversos autores preocuparam-se fundamentalmente com os aspectos econômicos, sociais e políticos da exploração levada a cabo na grande lavoura. Dentro desta perspectiva, encontramos várias considerações acerca dos métodos de cultivo do solo. Os historiadores observam que o amanho da terra era feito de maneira tradicional, rotineira, de coivara, derrubada e queimada da floresta para a abertura de novos campos de cultivo, a aplicação maximizada do sistema indígena de agricultura e que levava a degradação do solo, queda de produtividade e exaustão da terra. Apesar desses historiadores estarem corretos, no final do século XIX e início do XX, diversos agricultores se preocuparam com a exploração da terra feita pelos métodos utilizados na agricultura brasileira, se instruíram e desejaram uma modernização ou modificação da lavoura e exploração agrícola em diversos níveis, demonstrando um conservacionismo incipiente.

Durante o século XIX, principalmente depois das décadas de 1820-30, parte da sociedade brasileira, nas províncias do Rio de Janeiro, fundamentalmente, começaram a notar os efeitos da lavoura de derrubada e queimada das florestas, questionavam-se sobre as nuvens de fumaça produzida por essas queimadas e que tampavam o sol de dia e de noite as estrelas. Além disso, começaram a relacionar as secas periódicas e a mudança do regime de chuvas à esse procedimento de abertura de novos campos ao cultivo do café no Vale do Paraíba. Esses fatos causavam uma baixa produtividade das culturas alimentares o que fazia com que os preços dos alimentos aumentassem na capital do Império, e fosse notado pela maioria dos habitantes em diversas oportunidades.

A partir das décadas de 1850-70 às críticas com relação a degradação do meio ambiente já eram senão vulgarizadas na sociedade, ao menos eram mais comuns. Foram organizados alguns institutos que levavam mais em conta a produção e análise científica do homem e a natureza, bem como os efeitos e possíveis efeitos da exploração do ambiente na sociedade, na economia, no presente e no futuro.

Dito isto, encontramos nas revistas de agricultura, neste caso falando, na Revista Agrícola, órgão de publicidade da Sociedade Paulista de Agricultura (SPA), - sociedade representante dos cafeicultores de São Paulo -, reiteradas manifestações sobre uma possível modificação da agricultura - para os editores e autores que escreviam na revista, a implantação do chamavam de moderna agricultura, agricultura científica, ou agricultura racional e inteligente. Clamavam estas pessoas por processos modernos de lida com o solo, a utilização de instrumentos aratórios, adubação, irrigação, seleção de sementes, ensino agrícola nos níveis iniciais, um sistema de agricultura que fosse mais intensivo, racional, tudo para tornar a lavoura e a produção mais eficiente, mais rendosa e melhor utilizar as terras, evitando o seu rápido desgaste pelos mais variados processos e procedimentos. Problemáticas que eram desprezadas nos séculos anteriores e que começaram a ganhar respaldo na sociedade paulista e carioca desse período.

A criação e preocupação desses agricultores, engenheiros agrônomos, alguns políticos, instituições de pesquisa e ensino, tais como o Instituto Agronômico de Campinas (IAC), e a Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz (ESALQ) estão inseridos dentro deste contexto histórico de importante destaque dentro da História do Brasil no passado e no presente, é o início da preocupação que podemos chamar de conservacionista, e também de pesquisas agronômica, tão importante ao desenvolvimento da lavoura brasileira.

Por Amilson Barbosa Henriques
Colunista Brasil Escola

Aula 18 - Os temas polêmicos


(Unifesp 2004) - A sociedade e a homossexualidade nos dias atuais

Conferir o tema em: http://www.unifesp.br/prograd/vestibular/portal/index2.php?option=com_docman&task=doc_view&gid=61&Itemid=30


Exemplo de texto possível:

Um passo à cidadania homossexual

Por Luiz Tagore
para o Acerto de Contas

Após o fim da Segunda Guerra Mundial tem sido constante no processo de consolidação dos direitos humanos, a concessão de garantias expressas em lei para grupos e subgrupos sociais outrora excluídos dos diplomas legais da maioria dos países, foi assim com os indígenas, judeus, negros, mulheres, portadores de necessidades especiais, crianças e idosos.

Entretanto no Brasil assim como em muitos paises espalhados pelo mundo; pouco ou praticamente nada se fez voltado para a parcela homossexual da população, este segmento continua sendo vitima de discriminação e violência, que por muitas vezes se apresenta institucionalizada, sendo realizada por entes governamentais que em vários casos agem sobre respaldo (ou omissão) de legislações arcaicas; fortemente influenciadas por idéias religiosas.

(...)

A ausência de dignidade no cotidiano da comunidade homossexual compele muitos indivíduos a manifestarem as suas vontades e o seu jeito de ser somente em guetos o que tem como conseqüências a preocupante segregação desse grupo social e o aumento da esteriotipização desses; a soma dos mencionados fatores gera uma assustadora aceitação do preconceito e da discriminação, não é a toa que em momentos importantes da vida social; como na busca de um emprego se omite a sua orientação sexual por temer possíveis sanções negativas que acarretaria se fosse dito a verdade.

(...)

Como bem aduz o intróito, é fundamental que em um Estado Democrático de Direito a livre expressão coletiva ou individual da orientação sexual encontre uma garantia expressa na forma da lei.

É importante salientar que o Direito não possui apenas o dever de tutelar, mas também de provocar o desenvolvimento da dignidade da pessoa humana e promover o livre exercício da cidadania; realmente em nosso sistema jurídico a norma nasce através da valoração social de um fato, contudo o Direito pode trilhar o caminho inverso pode a norma surgir antes mesmo dos valores éticos se fazerem presentes no pensamento social.

(...)

O maior exemplo disto no Ordenamento Pátrio é o caso da Lei de Divórcio (Lei 6.515/77). Até então interromper um casamento era visto com maus olhos pela sociedade, pessoas separadas, sobretudo mulheres eram alvo de certo repúdio social; tinham dificuldades de serem aceitas, somente após a existência desta lei que este pensamento social se modificou; hoje é completamente natural se divorciar quando o relacionamento não mais encontra justificativa para sua existência.

Logo diante deste exemplo podemos inferir que o surgimento agora, ainda que tardiamente, de uma legislação que promova a criminalização da homofobia, poderá garantir que as próximas gerações serão muito mais tolerantes com os homossexuais, travestis, transexuais e lésbicas.

Assim como ocorreu entre outros momentos da história em que foram concedidos novos direitos a grupos até então explicitamente discriminadas, feito este que influenciou fortemente o comportamento da sociedade, onde ocorreram estes fenômenos, que viu aqueles indivíduos, outrora inferiores, alçados a uma posição de igualdade com o todo.

Alem do mais uma lei como esta poderá evitar e certamente diminuirá as estatísticas de crimes cometidos contra homossexuais. Tendo em vista até então a ausência de interesse por parte do pode publico em catalogar e documentar delitos desta natureza.

In: http://acertodecontas.blog.br/artigos/um-passo-cidadania-homossexual/