terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Aula 0. Exercício de Escrita I - Construção de auto-retrato


Os textos abaixo foram extraídos de perfis do orkut. Escreva, você também, um texto em que se apresente perante os novos gausianos de maneira cativante.

Texto 1: Eu? nasci dia 4 de maio de 1983. roxo! contrariado! roxo não... acho q verde... sei lá. amarrei o cordão umbilical no pescoço e não queria sair não. com uns 3 anos me lembro de me jogar na água q minha tia lavava o quintal e beber o licor de menta q tinha no barzinho de casa. a garrafa ficou vazia e ninguém sabia como aquilo podia ter acontecido. com 4 perdi a avó q queimou minha mão uma vez com o cigarro. de propósito não... sem querer. odeio cigarro! com 5 vi de perto a criatura mais feia até então. era vermelha, chorava e ficava dentro de uma cápsula espacial transparente. vinha ao mundo a pessoa q se tornaria meu maior parceiro. com 6 emendei um controle remoto com fio num carrinho de pilha q eu tinha e FUNCIONOU! desde então eu sabia q queria ser "cientista". com 7 me lembro da cena de um garoto cabeçudo com pouco mais de 1 metro de altura carregando material escolar q pesava mais q ele. meu primeiro ano naquela q se tornaria a minha segunda casa e um dos lugares mais importantes da minha vida. com 8 me apaixonei pela primeira vez. anos mais tarde o papel se inverteria e ela estaria apaixonada por mim. e eu? tô em outra. com 9 meus pais foram chamados na escola pela professora de matemática. "seu filho é muito desatento... blá blá blá"... descobri q sou DDA. com 10 roubei 15 reais do meu pai pra comprar guloseima. tive a chance de falar a verdade. menti e levei a maior surra da vida. com 11 os peitinhos recém chegados das meninas chamavam bem a atenção e os hormônios entravam em erupção. andar de mão dada com uma menina já não era mais motivo de chacota e sim de q vc era "o cara". tirei 1 na prova de matemática e passei dias escondendo do meu pai. com 12 anos eu sabia q futebol era a paixão nacional... mas isso pouco me importava. comecei a juntar amigos q se tornariam irmãos e q estariam por perto sempre. meus pais se separaram e minha vida mudou pela primeira vez. com 13 descobri q tenho rins policísticos. doença hereditária. fui pra Brasília com a escola. não sei pq, mas aquele lugar me impressionou e sempre gosto de voltar pra lá. com 14 fui pros EUA. quis voltar assim q cheguei. com 15 descobri q basquete era o esporte da minha vida e Michael Jordan sim q era "o cara". minha segunda avó morreu e minha vida mudou pela segunda vez. com 16 conheci abruptamente numa festa junina a menina de trancinhas mais linda q eu já tinha visto até então. me apaixonei feito um menino. bom... eu era um menino. descobri despretensiosamente a música e formei uma banda. com 17 roubei um beijo dela q durou 6 anos e me introduziu num mundo inexplorado. com 18 tive a sensação estranha de q algo mudaria. me formei no colégio e a falta daquele cotidiano me doía. com 19 virei gente grande e o meu mundo mudou mais uma vez. tava convicto de q queria engenharia e entrei na FEI. com 20 resolvi tentar de novo e fiquei de frente com a maior dúvida da minha vida. o que ser quando crescer. pensei, pensei e fui fazer rádio e tv. com 21 comecei a estabelecer relações de amizade q durariam pra sempre, aconteça o q acontecer. tive de novo a dúvida... dessa vez era tudo ou nada. me apeguei ainda mais à música. com 22 conheci os sertões e conheci tb sertanejos q me envolveriam num novo projeto de banda. briguei feio com a mulher do meu pai. com 23 realizei o projeto audiovisual mais importante até então e me formei. aquela banda lá dos 16 anos acabava e junto com ela se foi um sonho bom. conheci pessoas q mudaram a minha vida. com 24 fiquei 3 meses ganhando menos do q eu gastava e fui definitivamente contratado. realizei projeto profissional de gente grande ainda como gente pequena na CTPS. com 25 realizei com a minha
banda coisas q jamais imaginei fazer. briguei feio com o marido da minha mãe. com 26 saí com uma mochila nas costas e um guia na mão e conheci melhor o mundo. descobri q quero isso pra minha vida. agora? faço planos e trilho metas!

Texto 2: Se eu te contasse, vc não acreditaria. Se eu explicasse, vc não entenderia. Melhor deixar q os outros me definam. =P

"CALA A BOCA THIIAGO!"
Caco Antibes

"Ele perturba minha paz interior."
Mahatma Ghandi

"Thiago maldito tem 13 letras!"
Zagallo

"É um Karma ruim."
Dalai Lama

"É de péssima qualidade."
Inmetro

"Toco guitarra 100 vezes melhor que ele"
João sem braço

"Ô loco meu! Esse babaca não deixa os outros falarem."
Fausto Silva

"Esse carinha do barulho se mete nas maiores confusões que até Deus duvida!"
Narrador da Sessão da tarde

"Ele é muito lerdo."
Rubens Barrichello

"Você fede!"
Cascão

"Vai pra lá! Vai pra lá! Hí híii!!!"
Silvio Santos

"É patético."
Pateta

"Vc é desprezível"
Patolino

"Que burro! Dá zero p/ ele!"
Chaves

"Se é p/ a felicidade de todos e o bem da nação, diga ao povo que fico. Mas só se o Thiago for embora
D. Pedro I

O objetivo desta atividade era a construção de um "eu" no papel. Ao longo do ano, veremos que nossa escrita é excelente espelho - sendo assim, a elaboração de um auto-retrato implica um trabalho de auto-conhecimento que pode nos ajudar em exercícios posteriores. Quanto mais soubermos sobre nós e sobre nossos textos, mais maduros serão nossos resultados nas redações.

REDAÇÕES DOS ALUNOS:

Tamires Menezes:
Descrever-se nem sempre é a mais fácil das tarefas. De fato, devemos ou deveríamos ser os mais bem preparados para isso (...). Contudo, estamos em constante mudança; crescemos, engordamos, emagrecemos, nossos pensamentos e vontades mudam com frequência. Por isso, seria muito mais simples me apresentar.
Tamires, Dio (Zé - para alguns). Atendo por esses e outros nomes que fui recebendo com o passar do tempo. Dezoito anos, para ser mais exata. (Aquela) que andava de preto mesmo com o mais severo dos verões e (que) tinha cabelos compridos. Sempre no meio de alguma roda de amigos. Filha única, nascida e criada no ABC Paulista.
Ontem mesmo, desejava ser bióloga. Depois quis estudar filosofia, história, até (me) decidir por jornalismo.
Gênio difícil, boa memória, falta de sanidade. Livros, músicas, shows. Amigos, gatos e decisões. Palavras aleatórias? Não necessariamente. Só alguns sinônimos que podem ajudar a me apresentar.


Rafaela Pires:
Quem sou eu? Sou o tudo e o nada ao mesmo tempo. Na verdade, prefiro ser a metamorfose ambulante, a ovelha negra da família, a exagerada deste grande faroeste caboclo que é a vida.
Sou todos os livros que li, as músicas que dancei, os amigos que conquistei (...) talvez mais um rosto em meio à multidão vazia.
Sou aquela que chora quando está feliz, a nervosa (que) não consegue conter o riso, (a que) dança e pula pra disfarçar a tristeza. Gosto de dar sentido aos meus passos formando o meu próprio caminho, sem seguir trilha de ninguém.
Sou mulher, bruxa, fada, cigana, anjo (...), a contradição. Um ser em busca de sua própria definição, com a única certeza de que sou infinitamente minha só minha e não de quem quiser.


Marina Oliveira:
(...) Meu nome? Humm... é de uma escritora, Colassanti e também tema de uma música (...)
Assim como diz (a canção), sou morena (...) e me pintei quando era pequena, peguei um potinho de tinta e adorava jogá-lo nas mãos.
Gosto de desenho, quadrinhos e filmes em animação. (Sobre mim), Calvin falaria que "A vida (...) fica muito mais fácil se mantiver a expectativa das pessoas baixas". Snoopy (me diria) que "há muito ainda há saber e para isso vamos nos conhecer" e Pernalonga (declararia que) "isso é tudo pessoal".


João Ricardo de Luca:
Nascido a 31 de maio de 1992, João Ricardo de Luca já demonstrara desde o início de sua vida que seria difícil de ser controlado. Aos 4 anos achava respostas para todos os problemas matemáticos (a resposta sempre era 10). Aos 6 anos ganhou seu primeiro velotrol. Descia rampas na velocidade máxima. Aos 8 tem seus primeiros contatos com amigos - consegue arrumar confusão com todos. Aos 14 começa seu 8º ano escolar, o qual não é o mais importante, mas o mais memorável. (...) Aos 16 anos descobre seu talento: mestre na arte de não fazer nada. Atualmente, aos 18 anos, pensa melhor na vida e tenta construí-la de uma forma mais interessante do que os fatos apresentados aqui até agora. Por ser alguém que muda muito de opinião, ainda não decidiu a área (em que) quer trabalhar, os (seus) planos futuros, ou se (deveria) escrever esta redação em primeira ou terceira pessoa.


Rafael Kenji Nagai:
No começo, eu não lembro bem, pois estava (...) escuro e não conseguia parar de correr, entre outros como eu, que corria(m) sem saber o porquê.
Eu percebi(a) que vários irmãos meus estavam morrendo e com medo saí correndo, deixando todos para trás, até que, perdido naquela escuridão, encontrei (algo) oval que de certa forma me atraía, pedindo para que eu entrasse. Fui tentando passar aquela camada grossa que a envolvia (...) aí finalmente passei... até hoje acredito que foi ela quem me escolheu.
Naquele momento (em) que entrei, a esfera se fechou e meu medo surgiu: me senti me desfazendo, me modificando e me reconstituindo por meses, até que consegui fazer alguns movimentos. (...)
Em um certo dia, várias coisas ocorreram, aquele lugar começou a mexer muito e (...) vi uma luz... (seria) o fim ou o começo?
Eu nasci.