quarta-feira, 21 de março de 2012

Aula 3. Sequência instrutiva (os tipos de persuasão)

(UNESP 2012)
As reações do cérebro à bajulação

Pesquisa mostra que se você for bajular alguém é melhor fazer elogios descarados

Não é o que os meritocratas convictos gostariam de ouvir. Uma pesquisa da escola de negócios da Hong Kong University of Science and Technology indica que a bajulação tem um efeito marcante no cérebro da pessoa bajulada. Mais surpreendente do que isso é a conclusão do estudo de autoria de Elaine Chan e Jaideep Sengupta: quanto mais descarada a bajulação, mais eficiente ela é. A pesquisa deu origem a um artigo no Journal of Marketing Research, intitulado Insincere Flattery Actually Works (“Bajulação insincera de fato funciona”, numa tradução literal) e rapidamente chamou a atenção da imprensa científica mundial.
Os autores são cautelosos ao afirmar que puxar o saco funciona, mas é nessa direção que sua pesquisa aponta. Elaine e Sengupta criaram situações nas quais os pesquisados foram expostos à bajulação insincera e oportunista. Numa delas, distribuíram um folder entre os pesquisados que detalhava o lançamento de uma nova rede de lojas. O material publicitário elogiava o “apurado senso estético” do consumidor. Apesar do evidente puxa-saquismo, o sentimento posterior das pessoas foi de simpatia em relação à rede. Entre os participantes, a medição da atividade cerebral no córtex pré-frontal (responsável pelo registro de satisfação) indicou um aumento de estímulos nessa região. O mesmo ocorreu em todas as situações envolvendo elogios.
Segundo os pesquisadores, a bajulação funciona devido a um fenômeno cerebral conhecido como “comportamento de atraso”. A primeira reação ao elogio insincero é de rejeição e desconsideração. Apesar disso, a bajulação fica registrada, cria raízes e se estabelece no cérebro humano. A partir daí, passa a pesar subjetivamente no julgamento do elogiado, que tende, com o tempo, a formar uma imagem mais positiva do bajulador. Isso vale desde a agência de propaganda até o funcionário que leva um cafezinho para o chefe. “A suscetibilidade à bajulação nasce do arraigado desejo do ser humano de se sentir bem consigo mesmo”, diz Elaine Chan. A obviedade e o descaramento do elogio falso, paradoxalmente, conferem-lhe maior força. Segundo os pesquisadores, é a rapidez com que descartamos os elogios manipuladores que faz com que eles passem sem filtro pelo cérebro e assim se estabeleçam de forma mais duradoura.
Segundo Elaine e Sengupta, outro fator contribui para a bajulação. É o “efeito acima da média”. Temos a tendência de nos achar um pouco melhor do que realmente somos, pelo menos em algum aspecto. Pesquisas com motoristas comprovam: se fôssemos nos fiar na autoimagem ao volante, não haveria barbeiros. Isso vale até para a pessoa com baixa autoestima. Em alguma coisa, ela vai se achar boa, nem que seja em bater figurinha.
Mas se corremos o risco de autoengano com a ajuda do bajulador, como se prevenir? “Desenvolvendo uma autoestima autêntica”, diz Elaine. A pessoa equilibrada, que tem amor-próprio, é mais realista sobre si mesma, aceita-se melhor e se torna mais imune à bajulação.
(As reações do cérebro à bajulação. Época Negócios, março de 2010, p. 71.)

PROPOSIÇÃO
Bajular, lisonjear, adular, puxar saco são atitudes consideradas, muitas vezes, defeitos de caráter ou deslizes de natureza ética; são, também, condenadas pelas próprias religiões, como vícios ou “pecados”. As ficções literárias, teatrais e cinematográficas estão repletas de tipos bajuladores, lisonjeadores, aduladores, puxa-sacos, quase sempre sob o viés do ridículo e do desvio de caráter. Modernamente, porém, pelo menos em parte, essa condenação à bajulação e à lisonja tem sido atenuada, e até mesmo justificada por alguns como parte do marketing pessoal, ou como estratégia para atingir metas, dado o fato de que, como se informa no próprio artigo acima apresentado, até o elogio mais insincero pode encontrar eco na mente e no coração do elogiado. Na passagem do conto de Machado de Assis, apresentada nesta prova, Clemente Soares acabou atingindo seus objetivos por meio da bajulação, e a personagem Fagundes, de Laerte, parece viver sempre feliz em sua atividade preferencial de bajular.
Reflita sobre o conteúdo dos três textos mencionados e elabore uma redação de gênero dissertativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:
A bajulação: virtude ou defeito?


Textos que estavam na prova (comentados na proposta do tema):
Um homem superior

Quis a desgraça de Medeiros [patrão de Clemente] que os negócios lhe corressem mal; duas ou três catástrofes comerciais o puseram às portas da morte. Clemente Soares fez quanto pôde para salvar a casa de que dependia o seu futuro, mas nenhum esforço era possível contra um desastre marcado pelo destino, que é o nome que se dá à tolice dos homens ou ao concurso das circunstâncias.
Achou-se sem emprego nem dinheiro.
(...)
No pior da sua posição, recebeu Clemente uma carta em que o comendador o convidava a ir passar algum tempo na
fazenda. Sabedor da catástrofe de Medeiros, queria o comendador naturalmente dar a mão ao rapaz. Este não esperou que repetisse o convite. Escreveu logo dizendo que daí a um mês se poria em marcha.
Efetivamente um mês depois saía Clemente Soares em caminho do município de***, onde era a fazenda do comendador Brito.
O comendador esperava-o ansioso. E não menos ansiosa estava a moça, não sei se porque já lhe tivesse amor, se porque ele fosse uma distração no meio da monótona vida rural.
Recebido como amigo, tratou Clemente Soares de pagar a hospitalidade, fazendo-se conviva alegre e divertido.
Ninguém o poderia melhor do que ele.
Dotado de grande perspicácia, compreendeu em poucos dias como entendia o comendador a vida do campo, e tratou de o lisonjear por todos os modos.
Infelizmente, dez dias depois da sua chegada à fazenda, adoeceu gravemente o comendador Brito, por maneira que o médico poucas esperanças deu à família.
Era ver o zelo com que Clemente Soares servia de enfermeiro do doente, procurando por todos os meios suavizar-lhe os males. Passava noites em claro, ia aos povoados quando era necessário fazer alguma coisa mais importante, consolava o doente já com palavras de esperanças, já com animada conversa, cujo fim era distraí-lo de pensamentos lúgubres.
— Ah! dizia o pobre velho, que pena que eu o não conhecesse há mais tempo! Bem vejo que é um verdadeiro amigo.
— Não me elogie, comendador, dizia Clemente Soares, não me elogie, que é tirar o mérito, se o há, destes deveres agradáveis ao meu coração.
O procedimento de Clemente influiu no ânimo de Carlotinha, que nesse desafio de solicitude soube mostrar-se esposa
dedicada e reconhecida. Ao mesmo tempo fez com que em seu coração se desenvolvesse o gérmen de afeto que Clemente de novo lhe lançara.
Carlotinha era uma moça frívola; mas a doença do marido, a perspectiva da viuvez, o desvelo do rapaz, tudo fez nela
uma profunda revolução.
E mais que tudo, a delicadeza de Clemente Soares, que, durante esse tempo de tão graves preocupações para ela, nenhuma palavra de amor lhe dirigiu.
Era impossível que o comendador escapasse à morte.
(Machado de Assis. Contos fluminenses, vol. II. São Paulo: Editora Mérito, 1962, p. 103-105.)


A relatividade da bajulação
(Lucas Caraça)

Ver o copo de água como "meio cheio" ou "meio vazio" é relativo. A mesma figura pode implicar ora em algo positivo, ora em algo negativo - depende de quem a observe. Quando se fala em bajulação, a relatividade também existe. Para o bajulador, quando seus lisonjeios têm eficiência, ou seja, quando consegue manipular o bajulado de modo a conquistar algo que deseja (seja a retribuição do elogio para aumentar sua autoestima, seja algo material), a bajulação é uma virtude. Para aquele que é manipulado, entretanto, a bajulação pode vir a ser um defeito - afinal, quem é que se sente bem ao ser enganado com falsos elogios?
Para justificar quando a adulação vira uma virtude, se pode usar como exemplo o fato de que, desde que surgiu, o homem compete com seu semelhante. Nos primórdios a força física era frequentemente utilizada quando se queria alcançar determinados objetivos; nos tempos atuais, quase sempre é a capacidade intelectual que cumpre essa função.
Assim, o homem deve saber usar a capacidade de bajular a seu favor, para, por exemplo, conquistar uma vaga de emprego (típica situação em que se deve, de certa forma, manipular o entrevistador), caso em que a bajulação, utilizada de maneira correta, pode ser usada em benefício próprio - já que se trata de uma situação de competição.
Quando utilizada de maneira não prejudicial ao outro, a bajulação pode ser considerada uma virtude. Contudo, se torna facilmente um defeito quando o contrário acontece, como, por exemplo, quando alguém a utiliza apenas para aumentar seu status utilizando outras pessoas como degrau. 

Aula Livro 1. Sentimento do Mundo (Carlos Drummond de Andrade)

UFU 2007
PRIVILÉGIO DO MAR

Neste terraço mediocremente confortável,
bebemos cerveja e olhamos o mar.
Sabemos que nada nos acontecerá.

O edifício é sólido e o mundo também.

Sabemos que cada edifício abriga mil corpos
labutando em mil compartimentos iguais.
Às vezes, alguns se inserem fatigados no elevador
e vêm cá em cima respirar a brisa do oceano,
o que é privilégio dos edifícios.

O mundo é mesmo de cimento armado.

Certamente, se houvesse um cruzador louco,
fundeado na baía em frente da cidade,
a vida seria incerta... improvável...
Mas nas águas tranqüilas só há marinheiros fiéis.
Como a esquadra é cordial!

Podemos beber honradamente nossa cerveja.


Carlos Drummond de Andrade. "Sentimento do mundo".

Considerando o poema acima e a obra "Sentimento do mundo", marque a alternativa INCORRETA.
a) O terraço, neste poema, é lugar de encontros amorosos, pois "abriga mil corpos", o que caracteriza o texto como lírico amoroso, de influência romântica.
b) No último verso, a palavra "honradamente" confere um sentido irônico ao poema, pois caracteriza uma classe social privilegiada, indiferente aos problemas que não lhe afligem de maneira direta.
c) O edifício de "cimento armado", neste poema, confronta-se com o espaço de outro poema do livro "Morro da Babilônia", metaforizando duas classes sociais: a primeira, protegida em seus privilégios, e a última, excluída e ameaçadora.
d) O poema acima confirma a vocação de poeta social em Drummond, que coloca, em vários momentos, a poesia a favor da denúncia, e que nestes versos se reflete na idéia de privilégios econômicos para um segmento social específico.

Resposta: A

UFV 2000

Mãos dadas

Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.

Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
a vida presente.


(ANDRADE, Carlos Drummond de. "Antologia poética". Rio de Janeiro: Record, 1998, p.118)
Todas as alternativas seguintes correspondem a uma leitura possível do poema drummoniano, EXCETO:
a) O poema revela-nos um eu-lírico que, ignorando o passado e o futuro, opta por conhecer a realidade de seu próprio tempo.
b) O poeta renuncia ao isolamento voluntário e reafirma sua solidariedade aos companheiros, dos quais não pretende mais se afastar.
c) Ao voltar-se para a vida presente o poeta demonstra uma preocupação maior com o seu momento histórico.
d) O poeta busca a convivência com os outros homens à sua volta, não pretendendo, pois, entregar-se aos devaneios e à solidão.
e) O autor de "Mãos dadas" quer unir-se a seus semelhantes para libertar-se do passado, do presente, e do futuro de um mundo caduco que o sufoca.

Resposta: E



PUC 2002

Texto 1
A ciência do medo e da dor

[...]
As razões pelas quais sentimos dor são muito parecidas com as que nos fazem sentir medo. Do ponto de vista evolutivo, as atuais reações de medo talvez sejam um refinamento das reações mais primitivas de dor. Nesse aspecto, a capacidade de sentir dor é tão importante quanto a de sentir medo: motivar respostas de defesa diante de estímulos ameaçadores. Pessoas que de algum modo tornaram-se insensíveis à dor não reagem prontamente a estímulos desse tipo e por isso acidentam-se facilmente, sofrendo cortes, queimaduras ou até lesões ósseas.
As informações neurais de dor têm sua origem em receptores ou terminações nervosas presentes na pele, em músculos e em órgãos internos. Esses receptores transformam os ¢estímulos nociceptivos (táteis, mecânicos ou térmicos) em impulsos nervosos e os transmitem para o cérebro. Os sinais associados a estímulos de dor são especialmente eficazes em provocar medo, mas o estímulo doloroso, por si só, não causa qualquer reação de medo - isso ocorre graças à associação do estímulo da dor com outros estímulos ambientais.
[...]
Nota: nociceptivo (adj.): capaz de transmissão de dor
(Cruz, A.P.M. e Landeira-Fernandez, J. de. "Revista Ciência Hoje", vol. 29, n¡. 174, p. 21-22.)


Texto 2
Confidência do Itabirano
Carlos Drummond de Andrade

Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Noventa por cento de ferro nas calçadas.
Oitenta por cento de ferro nas almas.
E esse alheamento do que na vida é porosidade
[e comunicação..

A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,
vem de Itabira, de suas noites brancas, sem
[mulheres e sem horizontes.

E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,
é doce herança itabirana.

De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço:
este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;
esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil;
este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas;
este orgulho, esta cabeça baixa...

Tive ouro, tive gado, tive fazendas.
Hoje sou funcionário público
Itabira é apenas uma fotografia na parede.
Mas como dói!

(In "Obra Completa". 6� ed. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, p. 57)

a) É comum caracterizar-se a dor como um fenômeno negativo. Explique como o texto 1 aponta para a possibilidade de considerá-la, ao contrário, como um fenômeno positivo.
De acordo com o texto 1, podemos caracterizar a dor como um fenômeno positivo e não negativo (como o usual), uma vez que aquele que crê que irá sentir dor tem medo, um estímulo que reduz suas chances de se envolver em algum acidente ou evento doloroso. (Juliana Katib)

b) Com base na leitura dos textos 1 e 2, compare os "estímulos nociceptivos" (texto 1, ref. 1) e a "fotografia na parede" (texto 2, verso 20) como elementos deflagradores de dor.
O poema se caracteriza pela evocação das memórias do eu-lírico, que se constituem de lembranças tristes da cidade de Itabira ("A vontade de amar, que me paralisa o trabalho, vem de Itabira"; "E o hábito de sofrer, que tanto me diverte, é doce herança itabirana"). Ao olhar a fotografia na parede, o poeta a relaciona imediatamente à dor que a cidade lhe desperta - a fotografia, portanto, o impede de desejar voltar a Itabira, assim como um estímulo nociceptivo consegue fazer com que pessoas não se arrisquem em atividades que possam causar dor.

c) Uma das características da poética de Carlos Drummond de Andrade é a recorrência de figuras que simbolizam o ser desajeitado, o homem torto, a criatura deslocada e afastada dos homens comuns. Transcreva um verso do poema que ilustre essa condição do poeta como ser deslocado diante das coisas do mundo. Justifique sua escolha.

O verso "E o hábito de sofrer, que tanto me diverte, é doce herança itabirana" revela como o eu-lírico se sente deslocado, se divertindo com a própria dor. (Juliana Katib)

UFU 1999
"Canção Amiga"

Eu preparo uma canção
em que minha mãe se reconheça,
todas as mães se reconheçam,
e que fale como dois olhos.

Caminho por uma rua
que passa em muitos países.
Se não me vêem, eu vejo
e saúdo velhos amigos.

Eu distribuo um segredo
como quem ama ou sorri.
No jeito mais natural
dois carinhos se procuram.

Minha vida, nossas vidas
formam um só diamante.
Aprendi novas palavras
e tornei outras mais belas.

Eu preparo uma canção
que faça acordar os homens
e adormecer as crianças."

(Carlos Drummond de Andrade, ANTOLOGIA POÉTICA)

Considere o poema acima e faça o que for pedido.

a) Explique a razão pela qual esse poema pode ser considerado lírico. Fundamente sua resposta com trechos do poema.
O poema "Canção amiga" pode ser considerado lírico porque a voz lírica exprime seus sentimentos e reflexões. Este ato fica claro quando lemos "Eu preparo uma canção em que minha mãe se reconheça"; "Minha vida, nossas vidas formam um só diamante" e "Aprendi novas palavras e tornei outras mais belas". (Aline Lima da Silva)

b) Se houvesse mudança da pessoa verbal do poema para a 3ª� pessoa, ainda assim o poema poderia ser considerado lírico? Fundamente sua resposta com trechos do poema.
Se o poema fosse escrito na 3ª pessoa não seria mais considerado lírico, pois no gênero lírico é a voz do eu-lírico que se expressa, usando a 1ª pessoa do singular para expor seus snetimentos e sensações. Se fosse transposto para a 3ª pessoa, provavelmente se aproximaria mais de um poema de cunho narrativo. (Aline Lima da Silva)

UFV

Produção de Textos - Aula 2. Diferenças entre sequência e gênero textual

Exercícios de Vestibulares
(Unicamp 2011) Quando vitaminas atrapalham
Consumir suplementos de vitaminas depois de praticar exercícios físicos pode reduzir a sensibilidade à insulina, o hormônio que conduz a glicose às células de todo o corpo. Temporariamente, um pouco de estresse oxidativo – processo combatido por algumas vitaminas e que danifica as células – ajuda a evitar o diabetes tipo 2, causado pela resistência à insulina, concluíram pesquisadores das universidades de Jena, na Alemanha, e Harvard, nos Estados Unidos. Desse estudo, publicado em maio na PNAS, participaram 40 pessoas, metade delas com treinamento físico prévio, metade sem. Os dois grupos foram divididos em subgrupos que tomaram ou não uma combinação de vitaminas C e E .Todos os subgrupos praticaram exercícios durante quatro semanas e passaram por exames de avaliação de sensibilidade da glicose à insulina antes e após esse período. Apenas exercícios físicos, sem doses adicionais de vitaminas, promovem a longevidade e reduzem o diabetes tipo 2. Ao contrário do que se pensava, os resultados negam que o estresse oxidativo seja um efeito colateral indesejado da atividade física vigorosa: ele é na verdade parte do mecanismo pelo qual quem se exercita é mais saudável. A conclusão é clara: nada de antioxidantes depois de correr.
(Adaptado de “Quando vitaminas atrapalham”. Revista Pesquisa FAPESP 160, p.40, junho de 2009.)
a) Por se tratar de um texto de divulgação científica, apresenta recursos linguísticos próprios a esse gênero. Quais são eles? Transcreva dois trechos em que esses recursos estão presentes.
O texto apresentado é do tipo informativo, que tem como objetivo ser direto e claro na explicação - no caso, explicação de termos científicos. Caracteriza-se pelo uso constante de aposto, que explica algo específico, como por exemplo: "(...) reduzir a sensibilidade à insulina, o hormônio que conduz glicose às células de todo o corpo." (Adriana Miky Sakai)
b) O experimento em questão concluiu que as vitaminas atrapalham. Explique como os pesquisadores chegaram a essa conclusão.
Chegaram a essa conclusão a partir de uma experiência realizada, na qual se dividia um grupo de 40 pessoas em 2 - sendo que apenas 1 dos grupos praticaria exercício físico. A partir dessa divisão, foi realizada ainda uma subdivisão entre os que tomavam a vitamina e os que não a consumiam. O resultado permitiu perceber que as pessoas que consumiam vitaminas após a realização dos exercícios não tinham mais longevidade e nem redução do diabetes tipo 2. (Adriana Miky Sakai)

(Unicamp 2011) Os dicionários de meu pai
Pouco antes de morrer, meu pai me chamou ao escritório e me entregou um livro de capa preta que eu nunca havia visto. Era o dicionário analógico de Francisco Ferreira dos Santos Azevedo. Ficava quase escondido, perto dos cinco grandes volumes do dicionário Caldas Aulete, entre outros livros de consulta que papai mantinha ao alcance da mão numa estante giratória. Isso pode te servir, foi mais ou menos o que ele então me disse, no seu falar meio grunhido. E por um bom tempo aquele livro me ajudou no acabamento de romances e letras de canções, sem falar das horas que eu o folheava à toa. Palavra puxa palavra e escarafunchar o dicionário analógico foi virando para mim um passatempo (desenfado, espairecimento, entretém, solaz, recreio, filistria). O resultado é que o livro, herdado já em estado precário, começou a se esfarelar nos meus dedos. Encostei-o na estante das relíquias ao descobrir, num sebo atrás da Sala Cecília Meireles, o mesmo dicionário em encadernação de percalina. Com esse livro escrevi novas canções e romances, decifrei enigmas, fechei muitas palavras cruzadas. E ao vê-lo dar sinais de fadiga, saí de sebo em sebo pelo Rio de Janeiro para me garantir um dicionário analógico de reserva. Encontrei dois, mas não me dei por satisfeito, fiquei viciado no negócio. Dei de vasculhar livrarias país afora, só em São Paulo adquiri meia dúzia de exemplares, e ainda rematei o último à venda na Amazon.com antes que algum aventureiro o fizesse. Eu já imaginava deter o monopólio (açambarcamento, exclusividade, hegemonia, senhorio, império) de dicionários analógicos da língua portuguesa, não fosse pelo senhor João Ubaldo Ribeiro, que ao que me consta também tem um, quiçá carcomido pelas traças (brocas, carunchos, busanos, cupins, térmitas, cáries, lagartas-rosadas, gafanhotos, bichos-carpinteiros).
Hoje sou surpreendido pelo anúncio dessa nova edição do dicionário analógico de Francisco Ferreira dos Santos Azevedo. Sinto como se invadissem minha propriedade, revirassem meus baús, espalhassem aos ventos meu tesouro. Trata-se para mim de uma terrível (funesta, nefasta, macabra, atroz, abominável, dilacerante, miseranda) notícia. (Adaptado de Francisco Buarque de Hollanda, em Francisco F. dos S. Azevedo, Dicionário Analógico da Língua Portuguesa: ideias afins/thesaurus. 2ª edição atualizada e revista, Rio de Janeiro: Lexikon, 2010.)
a) A partir do texto de Chico Buarque que introduz o dicionário analógico recentemente reeditado, proponha uma definição para esse tipo de dicionário.
É um dicionário que consiste em agrupar palavras que possuem ideias semelhantes, ou seja, por analogia. (Adriana Miky Sakai)
b) Mostre a partir de que pistas do texto sua definição foi elaborada.
O autor do texto procura sempre colocar entre parênteses palavras que compartilham um mesmo campo semântico. Exemplo: "Trata-se para mim de uma terrível (funesta, nefasta, macabra, atroz, abominável, dilacerante, miseranda) notícia." (Adriana Miky Sakai)


quarta-feira, 14 de março de 2012

Interpretação de Textos - Aula 2. Questionamentos de preconceitos linguísticos, literários e culturais

Exercícios:



1. (UNIFESP 2012)

Leia o texto.


A nossa instrução pública cada vez que é reformada, reserva para o observador surpresas admiráveis. Não há oito dias, fui apresentado a um moço, aí dos seus vinte e poucos anos, bem posto em roupas, anéis, gravatas, bengalas, etc. O meu amigo Seráfico Falcote, estudante, disse-me o amigo comum que nos pôs em relações mútuas.
O Senhor Falcote logo nos convidou a tomar qualquer coisa e fomos os três a uma confeitaria. Ao sentar-se, assim falou o anfitrião:
– Caxero traz aí quarqué cosa de bebê e comê.
Pensei de mim para mim: esse moço foi criado na roça, por isso adquiriu esse modo feio de falar. Vieram as bebidas e ele disse ao nosso amigo:
– Não sabe Cunugunde: o véio tá i.
O nosso amigo comum respondeu:
– Deves então andar bem de dinheiros.
– Quá ele tá i nós não arranja nada. Quando escrevo é aquela certeza. De boca, não se cava... O véio óia, óia e dá o fora.
(...)
Esse estudante era a coisa mais preciosa que tinha encontrado na minha vida. Como era ilustrado! Como falava bem! Que magnífico deputado não iria dar? Um figurão para o partido da Rapadura.
O nosso amigo indagou dele em certo momento:
– Quando te formas?
– No ano que vem.
Caí das nuvens. Este homem já tinha passado tantos exames e falava daquela forma e tinha tão firmes conhecimentos!
O nosso amigo indagou ainda:
– Tens tido boas notas?
– Tudo. Espero tirá a medáia.


(Lima Barreto. Quase doutor.)




a) Tendo em vista o conceito contemporâneo de variação linguística, que ensina a considerar de maneira equânime as diferentes formas do discurso, avalie a atitude do narrador em relação à personagem Falcote, expressa na seguinte frase: (...) esse moço foi criado na roça, por isso adquiriu esse modo feio de falar.
O narrador tinha acabado de conhecer aquele homem (Seráfico Falcote). Analisou suas vestes, sua aparente posição social e quando o ouviu falando teve uma decepção. Rapidamente, o narrador justificou o porquê da linguagem daquele estudante ser daquele jeito: "ele veio da roça, por isso o modo feio de falar". O narrador, com esse pensamento, foi preconceituoso, rotulou o recém-conhecido como um caipira (e sendo um caipira, o narrador pensou que também não tinha cultura, estudara pouco). Mais adiante, quando ele descobre que aquele "caipira" era quase formado, com boas notas e bom conhecimento, ele se surpreende, evidenciando seu preconceito novamente.
(Andressa dos Santos Coelho)

b) Reescreva na norma-padrão – Caxero traz aí quarqué cosa de bebê e comê e em seguida transcreva um trecho da crônica em que se manifesta a atitude irônica do narrador.
Reescrita na norma padrão, a frase fica: "Caixeiro, traga qualquer coisa de beber ou comer".
O trecho em que a atitude irônica do narrador se manifesta é claramente é em: "Esse estudante era a coisa mais preciosa que tinha encontrado na minha vida. Como era ilustrado! Como falava bem! Que magnífico deputado não iria dar? Um figurão para o partido da Rapadura."
(Aline Lima - com alguns acréscimos)

2. (UNIFESP 2012)

Leia o texto.


Fazia um mês que eu chegara ao colégio. Um mês de um duro aprendizado que me custara suores frios. Tinha também ganho o meu apelido: chamavam-me de Doidinho. O meu nervoso, a minha impaciência mórbida de não parar em um lugar, de fazer tudo às carreiras, os meus recolhimentos, os meus choros inexplicáveis, me batizaram assim pela segunda vez. Só me chamavam de Doidinho.


E a verdade é que eu não repelia o apelido. Todos tinham o seu. Havia o Coruja, o Pão-Duro, o Papa-Figo. Este era o pobre do Aurélio, um amarelo inchado não sei de que doença, que dormia junto de mim. Vinha um parente levá-lo e trazê-lo todos os anos.


Em S. João não ia para casa, e só voltava no fim do ano porque não havia outro jeito. A família tinha vergonha dele em casa. Nunca vi uma pessoa tão feia, com aquele corpanzil bambo de papangu. Apanhava dos outros somente com o grito: – Vou dizer a Seu Maciel! – Mas não ia, coitado. Nem esta coragem de enredo, ele tinha. Dormia com um ronco de gente morrendo e a boca aberta, babando. Às vezes, quando eu acordava de noite, ficava com medo do pobre do Aurélio. Ouvia falar que era de amarelos assim que saíam os lobisomens. Certas ocasiões não podia se levantar, e dias inteiros ficava na cama, com um lenço amarrado na cabeça. E o seu Maciel não respeitava nem esta enfermidade ambulante: dava no pobre também.


(José Lins do Rego. Doidinho.)


Levante três características da personagem Papa-Figo e, além disso, transcreva um trecho do texto em que fique patente que ela era vítima de intolerância no colégio.

O fragmento apresenta Aurélio, o Papa-Figo, tanto do ponto de vista físico quanto moral. Quanto à aparência, destacam-se sua feiura (“Nunca vi uma pessoa tão feia”), seu tamanho e sua gordura (“corpanzil bambo”), além do fato de ser visto como uma “enfermidade
ambulante”, por ser “amarelo, inchado”, portador de moléstia desconhecida pelo narrador (“não sei de que doença”). Note-se que o apelido, Papa-Figo, faz referência a um pássaro amarelo, o que combina com Aurélio; além disso, o termo aplica-se também a uma pessoa voraz, comilona, o que também condiz com a caracterização da personagem. Sob o aspecto
moral, destaca-se sua covardia, manifesta na incapacidade de reagir às violências de que era vítima (“Nem esta coragem de enredo ele tinha”) e a condição de menino desprezado tanto pelos familiares (“A família tinha vergonha dele em casa”) quanto pelos colegas (“Apanhava dos outros”). No texto, as evidências de intolerância para com Aurélio são fornecidas em duas passagens: a primeira mostra a ação dos colegas: “Apanhava dos outros”; a segunda, a de um funcionário do colégio: “seu Maciel [...] dava no pobre também”.

(Esta é a resposta do Anglo - ninguém no Gauss acertou a questão. A maioria dos alunos até "intuiu" a resposta correta, porém apenas despejou as informações no papel, sem organização nenhuma. É preciso contextualizar cada frase que colocamos na prova. Exercícios de transcrição de trechos do texto são mais fáceis - cuidado para não perder pontos por preguiça de escrever um pequeno texto contextualizando as transcrições, ok?) 

Redação

(UNIFESP 2012)


Observe a charge, publicada no Jornal de Garulhos em 12.05.2011








Charges como essa inspiraram-se na polêmica instalada devido à orientação sobre variação linguística em um livro didático produzido para a Educação de Jovens e Adultos, Por uma vida melhor, distribuído pelo Ministério da Educação (MEC).


A passagem polêmica traz as seguintes informações:



Sírio Possenti, professor da Unicamp, em artigo publicado no jornal O Estado de S.Paulo, em 22/05/2011, afirmou:


O jornalismo nativo teve uma semana infeliz. Ilustres colunistas e afamados comentaristas bateram duro em um livro, com base na leitura de uma das páginas de um dos capítulos. Houve casos em que nem entrevistado nem entrevistador conheciam o teor da página, mas apenas uma nota que estava circulando (meninos, eu ouvi). Nem por isso se abstiveram de ‘analisar’.


O professor apontou três pontos fundamentais sobre o assunto:


I. Uma questão refere-se ao conceito de regra: quem acha que gramática quer dizer gramática normativa toma o conceito de regra como lei e o de lei como ordem: deve-se falar / escrever assim ou assado; as outras formas são erradas. Mas o conceito de regra / lei, nas ciências (em linguística, no caso), tem outro sentido: refere-se à regularidade (...). ‘Os livro’ segue uma regra. E uma gramática é conjunto de regras, também descritivas.


II. Outro problema foi responder ‘pode’ à pergunta se se pode dizer os livro. ‘Pode’ significa possibilidade (pode chover), mas também autorização (pode comer buchada). No livro, ‘pode’ está entre possibilidade e autorização. Foi esta a interpretação que gerou as reações. Além disso, comentaristas leram ‘pode’ como ‘deve’. E disseram que o livro ensina errado, que o errado agora é certo.


III. A terceira passagem atacada foi a advertência de que quem diz ‘os livro’ pode ser vítima de preconceito. Achou-se que não há preconceito linguístico. Mas a celeuma mostra que há, e está vivíssimo. Uma prova foi a associação da variedade popular ao risco do fim da comunicação. Li que o português ‘correto’ é efeito da evolução (pobre Darwin!). Ouvi que a
escrita (!) separa os homens dos animais!




Em artigo na revista Veja, em 25/05/2011, a escritora Lya Luft disse: O livro e a ideia que o fundamenta começam a merecer críticas de entidades como a Academia Brasileira de Letras e de centenas de estudiosos. Eu o vejo como o coroamento do descaso, da omissão, da ignorância quanto à língua e de algum laivo ideológico torto, que não consigo entender bem. Acrescenta: Essa variedade se chama adequação, é essencial, é natural e enriquece a língua. Mas querer que a escola ignore que existe uma língua-padrão, que todos temos o direito de conhecer, é nivelar por baixo, como se o menos informado fosse incapaz. É mais uma vez discriminar quem não pôde desenvolver plenamente suas capacidades.


No dia 19/05/2011, em seu Editorial, a Folha de S.Paulo publicou: O episódio, que faz lembrar as ferozes controvérsias gramaticais da República Velha (1889-1930), é menos relevante em si do que pelo que reitera em termos de mentalidade pedagógica. De algumas décadas para cá, a pretexto de promover uma educação ‘popular’ ou ‘democrática’, muitos educadores dedicam-se a solapar toda forma de saber implicada no repertório de conteúdos que a humanidade vem acumulando ao longo das gerações. Em vez da revolução pedagógica que apregoam, o resultado tem sido a implantação despercebida da lei do menor esforço nas escolas. Estuda-se pouco e ensina-se mal. Isso – e não suscetibilidades gramaticais – é o que deveria preocupar.


Por fim, veja-se a posição da Associação Brasileira de Linguística (ABRALIN): O livro acata orientações dos PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais) já em andamento há mais de uma década. Outros livros didáticos também englobam a discussão da variação linguística para ressaltar o papel e a importância da norma culta no mundo letrado. Portanto, nunca houve a defesa de que a norma culta não deva ser ensinada. Ao contrário, entende-se que esse é o papel da escola, garantir o domínio da norma para o acesso efetivo aos bens culturais e para o pleno exercício da cidadania. Esta é a única razão que justifica a existência da disciplina de Língua Portuguesa para falantes nativos de português. Conclui-se o texto: é importante esclarecer que o uso de formas linguísticas de menor prestígio não é indício de ignorância ou de outro atributo que queiramos impingir aos que falam desse ou daquele modo. A ignorância não está ligada às formas de falar ou ao nível de letramento. Aliás, pudemos comprovar isso por meio desse debate que se instaurou em relação ao ensino de língua e à variedade linguística.




Com base nas informações apresentadas – e em outros conhecimentos sobre o assunto discutido – elabore um texto dissertativo, em norma-padrão da língua, abordando o seguinte tema:


A questão da variação linguística no contexto da educação

São dezenas as línguas portuguesas do Brasil - e, ainda assim, com certeza sempre vai existir alguém que, ao pronunciar alguma palavra fora da norma padrão ou com seu sotaque de origem, vire motivo de deboche e sátira. Esta situação comum é um exemplo do preconceito linguístico, tema que vem sendo cada vez mais discutido entre professores de língua, alunos e jornalistas. O assunto, sem dúvida, foi desencadeado após a publicação, pelo MEC, do livro didático "Por uma vida melhor", que continha afirmações que repercutiram nacionalmente, tal como: "Mas eu posso falar 'os livro?' Claro que pode."

Segundo Marcos Bagno, autor de "Preconceito Linguístico", "essa forma de preconceito se baseia na crença de que só existe uma única língua portuguesa digna deste nome e que seria a língua portuguesa ensinada nas escolas, explicada nas gramáticas e catalogada nos dicionários." O que a maioria das pessoas deveria perceber é que a forma de escrever e de pronunciar nem sempre são iguais. Elas se distinguem de acordo com a região de moradia ou de origem de cada pessoa, dentre outros fatores.

São essas variações que enriquecem a nossa língua. O que é diferente provoca curiosidade e um certo aprendizado. A missão das escolas é acrescentar conhecimentos e não substituir a língua verdadeira pela norma padrão.

(Marlúcia)



As várias formas de se expressar

Para muitas pessoas, ouvir alguém com boa aparência falando de forma coloquial é quase imperdoável, pois a elite doutrina todos a seguirem um certo "padrão" linguístico, como sinônimo de cultura e indicador de posição social. No Brasil há várias regiões, cada uma delas com sua história, cultura e costumes próprios - por que elas não podem possuir também sua própria forma de expressão, na qual as pessoas se sintam à vontade para se comunicar?

Infelizmente, foram criadas regras demais para a língua. As crianças e adolescentes aprendem nas escolas que devem seguir normas na fala e na escrita, mas pouco aprendem sobre o quão importante são as diversas formas de falar o português no Brasil, pois é essa multiplicidade que ajuda a criar a identidade e a individualidade de cada brasileiro.

Como é de costume, os alunos aprendem a teoria generalizada de livros e de professores instruídos a diminuir sua visão e curiosidade. Apesar de aprenderem alguns tipos de variação linguística, como a sociocultural (grupo social), a geográfica (região) e a histórica (época), são ensinados a reconhecê-las, para depois ignorá-las e nunca repeti-las.

É evidente que há carência de ensino que mostre aos alunos o real valor da nossa cultura e quanta riqueza é possível adquirir observando e compreendendo as variações linguísticas.

(Aline Lima da Silva)







sábado, 3 de março de 2012

Jornal do Gauss


O Jornal do Gauss está pronto, com direito até a suplemento literário! Confiram os resultados nos links abaixo:

Jornal:

https://docs.google.com/file/d/0B5OA55vhqroDSFJuajdsekNTQW1Na0RDeVJPeU5ZQQ/edit

Suplemento:

https://docs.google.com/file/d/0B5OA55vhqroDTU15WUFMcUlSaHVEVFU2bmRIZ1ZlUQ/edit