quarta-feira, 21 de maio de 2008


Aula 3 - Exercício Proposto:


Quando Você Foi Embora
Composição: Alceu Valença


Quando você foi embora todo mundo me falava

Que você não tinha asas nem pernas pra caminhar

Mas você seguiu sozinha carregando dor e mágoa

Pôs os pés na nova estrada sem parar pra meditar


E foi um tal de sofrer, um tal de doer, um tal de chorar

E foi um tal de sofrer, um tal de correr pra beira do mar

E eu só na sala deserta com a porta entreaberta

Pra te ver voltar


Quando você foi embora todo mundo lhe falava

Que você não tinha asas nem pernas pra caminhar

Mas você seguiu sozinha carregando dor e mágoa

Pôs os pés na nova estrada sem parar pra meditar

E foi um tal de sofrer, um tal de doer, um tal de chorar

E foi um tal de sofrer, um tal de correr pra beira do mar

E eu só na sala deserta com a porta entreaberta

Pra te ver voltar


Quando você foi embora todo mundo me falava

Que eu deixasse a nossa casa pra não cansar de esperar

Hoje não sinto mais nada, nem amor, nem dor, nem mágoa

Fechei a porta da entrada só pra não te ver voltar


Vinte anos se passaram. Como anda o eu-lírico da canção “Quando você foi embora”? Elabore uma pequena narrativa (original) para contar o que ele faz da vida hoje.


Trechos de exercícios produzidos a partir da proposta da Aula 3:

“Quando fechei a porta de meu passado, segui a vida sem mágoa...” (Edson)

Gostei da frase do Edson porque ele consegue revitalizar uma metáfora clichê ("fechar a porta do passado"), encaixando-a muito bem no contexto da atividade.

“Vejo como eu carreguei minhas doces mágoas como burro de carga, empaquei na estrada porque você não queria voltar.” (Anderson Godoy)

A ironia construída aqui é interessante pela ambigüidade: o eu-lírico da canção é comparado a um burro não só porque empaca... mas pela sua imbecilidade em não querer admitir o que já se tornou tão óbvio.



“(...) tenho um novo amor numa nova vida à beira do mar.” (Josina da Silva)

O que poderia parecer um erro de revisão (a repetição do termo "novo") ganha outro sentido quando pensamos no esforço contínuo de renovação do eu-lírico da canção a fim de alcançar alguma paz.