quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
Fim de 2009
Mais um ano que passou... com promessas não cumpridas, algumas faltas, o desejo de talvez ter feito melhor. Contudo, olhando o blog, concluo que o pouco tempo que tive de selecionar e expôr dos textos de vocês foi, certamente, bem aproveitado. Resta partir para um 2010 com novas promessas e a esperança mais tempo livre para me dedicar ao Portugauss.
Bons vestibulares!
Carina - Professora de Produção de Textos
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Aula 5: Ambiguidades - Exercício 1
Identifique a ambiguidade do cartum acima.
Normalmente existe uma visão estereotipada de chefes que costumam ignorar seus empregados ou quando os atendem, não lhes dão a devida atenção. O cartum, se utilizando dessa visão, já deixa claro que o diretor não quer receber ninguém (...) a mensagem de impedimento mesmo antes de poder entrar. Isso ocorre justamente numa sala de diretor, que também demonstra maior poder sobre outros funcionários.
(Karina M. Sakata)
Aula Extra: Interpretação de Poesia
Inventário
Carlos Drummond de Andrade
Tanta correria.
E que fiz da noite?
O lanho do açoite.
Da manhã, que fiz?
Uma cicatriz.
Bolas, desta vida
que lembrança lida,
cantada, sonhada,
ficará do nada
que fui eu, cordato?
Mancha no retrato.
Desde o título do poema, o autor retrata o passado, pois inventário é a relação de bens deixados por alguém que morreu, ou seja, uma pessoa que viveu e independente de material (...) conquistou algum bem.
Ao lermos da primeira à terceira estrofe veremos que o poema é regido pelo ritmo das perguntas e pelos complementos das respostas, em que (...) todos os verbos estão no passado. Porém cada uma delas têm um período de tempo: dia, noite e manhã, que são decsritos como as fases da vida que o eu-lírico viveu.
Na primeira estrofe ele se pergunta o que ele fez de seu dia, tanta correria, demonstrando que eram muitos afazeres e trabalhos, e isso estava se tornando uma corrida desordenada.
Na segunda estrofe subentende-se que a vida dele era enfadonha, pois a noite, ao invés de ser tranquila e servir de uma forma de descanso, tinha se tornado uma noite pesada e sobrecarregada, a qual o eu-lírico representa com uma metáfora, "lanho do açoite."
A terceira estrofe é um complemento da segunda, porque ele usa outra metáfora para mostrar as marcas deixadas pela monotonia da vida e pela opção que havia feito de abdicar de sua felicidade.
Na quarta estrofe ele rompe a sequência de perguntas e reclama do que a vida estava fazendo, sendo que ele próprio era o causador por a vida estar seguindo aquele rumo. Então volta a se perguntar, fazendo a junção das estrofes através das recordações que as pessoas teriam dos fatos passados de sua vida, através da leitura, do canto e do sonho. Mas o eu-lírico faz uma objeção, como poderão ter lembrança do nada, isto é, trabalhou, trabalhou, mas qual a contribuição que ele deu durante o tempo de sua existência? E também faz menção pela primeira e única vez do futuro através do verbo ficará, para retratar que sua vida se tornará vazia, sem nenhuma lembrança feliz e admirável para quem viveu ao seu lado.
Na última estrofe, ele volta a fazer uma pergunta no passado, questionando se ele foi um cordato, ou seja, havia se conformado com a vida e apenas viveu no limite proposto, concordando com seus deveres, deixando de desfrutar os prazeres da vida, a qual ele próprio moldou e concordou que fosse pintando o seu quadro, e que no final acabou se transformando em uma apenas mancha.
(Ezequiel Oliveira dos Santos)
Recriação:
Arquivo morto
Na correria do dia
não fiz nada de concreto
e à noite (entardecer da vida)
restam-me as feridas
provocadas pelo nada que fiz o dia todo.
Ao amanhecer, novas perspectivas?
Não, tenho as marcas,
mas já cicatrirazam-se,
para eu voltar à correria do meu dia.
Que posso guardar na memória?
Pois tanto me cansei, até ferido fiquei,
e nada fiz que valesse ser lembrado.
Chego a pensar que fui apenas
peça fundamental num sistema,
pronto, já posso ser arquivado.
(Beatriz Soares)
sexta-feira, 29 de maio de 2009
Aula 5: Ambiguidades - Exercício 2
Veja bem, meu bem
Pois sem ter você
Nestes braços tais
Aula 5: Ambiguidades - Exercício 1
1. Qual a ambiguidade do cartum acima?
"O buquê de noiva é constituído por fios condutores de eletricidade que vêm da geladeira, batedeira, enceradeiras, etc. Podemos observar então que a ambiguidade está presente por um lado benéfico, levando em consideração que estes aparelhos foram todos presentes pelo seu matrimônio. Porém, de contra-partida, temos o pensamento que talvez seja um pouco pessimista, mas uma mulher que acbou de se casar deveria ter a consciência de que estará praticamente acorrentada a esses aparelhos eletrodomésticos para manter a casa em ordem".
(Beatriz Soares)
"A ambiguidade no primeiro cartum está entre o homem que ao se casar ´ganhou´ uma mulher ou que, ao se casar, ´ganhou´ uma empregada". (Bruna Ortiz)
Aula 3: Intertextualidades
1. Elabore um texto (poema, narrativa, prosa descritiva, cordel, paródia, etc) estabelecendo uma relação intertextual com a cantiga abaixo:
Ciranda Cirandinha
Ciranda Cirandinha
Vamos todos cirandar
Vamos dar a meia volta
Volta e meia vamos dar
O Anel que tu me destes
Era vidro e se quebrou
O amor que tu me tinhas
Era pouco e se acabou
Por isso dona Rosa
Entre dentro desta roda
Diga um verso bem bonito
Diga adeus e vá se embora
Exemplo:
Cantiga
(Zila Mamede)
“O anel que tu me deste”[...]
Onde os anéis, onde os dedos
das estrelas neblinadas
Onde os caminhos das luas
descambando em madrugadas
Onde os sonhos que juntamos
nas mesmas águas pisadas
Onde o amor que de tão grande
( no cair da trovoada )
sorria tão manso manso
como os olhos da boiada?
Me vejo: este anel partido
arcoflexa sem sentido
ontem nos dedos da mão
hoje punhal solidão
que fere as cores da pele
sem gemido, sem um não
traçando um lugar vazio
na palma de cada mão
Arrastado amor antigo
desmanchado do contigo
desfibrado do comigo
quebrado na encantação
Aquele anel que de vidro
no abstrato se mudou
sumiu das fibras dos dedos
do círculo em que se fechou
Naquele anel que me deste
no vidro em que se quebrou
foi-se o amor que tu me davas
que era nada, se acabou
"Roubando, roubandinha,
Vamos todos roubandar
Inventar uma mentira
Para o povo alegrar.
*
O voto que tu me destes
Era tolo e te ferrou
A palavra que eu tinha
Era pouca e se acabou.
*
Por isso, povo bobo,
Fique bem alienado
Assistindo à tua tv
Quietinho e sentado
*
Se você se revoltar,
nós vamos te excluir.
Pois só é bem sucedido
Quem aqui sabe mentir".
(Paloma Rodrigues)
********************
Por isso, dona Rosa
A estrada dessa vida
para muitos lugares me levou
Me deixou nos lugares
em que teu amor me abandonou.
Por isso, dona Rosa, não adianta voltar:
a estrada é longa,
e não tenho porque parar.
(Manoel Ferraz Neto)
********************
(Trecho)
Em um dia frio
do mês de abril
ele caiu
e se partiu.
(Aline Zavatine)
Comentário: Neste trecho do poema, a Aline adequa o ambiente da situação (dia frio) ao que ocorre, ou seja: ao anel partido, à relação amorosa esgotada.
********************
Seu amor não era cristal
E os versos seus, que ainda espero respostas...
Onde estão tuas verdades?
Quisera eu saber,
Não cairia em tantas maldades.
*
Não seria eu capaz de aceitar aquele anel
Que me deste na noite de Natal
Pensei que precioso e delicado fosse
Mas era vidro e não cristal.
*
E como vidro era o seu amor
Dei meia volta e contornei
Não suportei tanta dor.
*
E na dor aprendi a ser mais forte
E para esse amor que sempre acaba
Nunca mais serei suporte.
(Beatriz Soares)
Aula 4: Pressupostos & Implícitos
Mãos estendidas
As mãos estendidas abrem-nos o pensamento para refletir sobre tanto o que podem expressar.
Parecem mãos que ajudam, mãos que de ajuda necessitam. Mãos que dão, ou querem receber.
Mãos calejadas pelo trabalho árduo e irreconhecido durante toda a vida agora recolhem as lembranças que lhes cabem, cada calo uma história, cada história uma saudade e a cada saudade uma esperança de um dia chegar ao término da vida e saber que estas mãos, que por diversas vezes já acalentaram, corrigiram, espalmaram, chegarão a ter no leito social e familiar o descanso merecido e esperado, e não ficarão pelas filas burocráticas da vida aguardando a sua vez de serem recompensadas, enfim nas mãos do destino.
(Beatriz Soares)
sábado, 4 de abril de 2009
Análise do cotidiano II
Produto: Toddy
Grupo 1:
* Embalagem marrom - cor do chocolate;
* Letra maior para chamar a atenção das crianças;
* Fonte menor relativa a assuntos que interessam mais aos pais;
* Embalagem lembra um copo;
* Vaca é o símbolo do leite.
Grupo 2:
* Cores da vaca - manchas brancas indicam mais normalidade; manchas pretas (que lembram mais a cor do achocolatado) têm "expressão mais energética, ativa, agitada e descolada (brinco)."
* Expressão "Toddy original", "como se ele fosse o único verdadeiro e o tom de azul em torno do nome passa a idéia de potência."
Aula 2: Texto & Contexto
Exercícios:
1. A partir da tirinha dos Malvados (acima), o aluno deveria:
* Identificar se se trata de uma charge ou de um cartum:
"É uma charge, pois no trecho 'venerar uma máquina', nos mostra um momento específico na história: a 'era tecnológica', uma crítica à reverenciação da máquina". (Cláudia Assunção)
2. Exercícios de identificação de interlocutor:
a) Bonito, gostoso e com recheio: Sorvetes Milka (o sonho de toda mulher). "Propaganda de uma marca de sorvetes destinada a despertar desejo das mulheres a saborear tal sorvete, pois usa como artifício comparações com um modelo 'padrão' e 'atraente' de um homem, com a intenção de causar o interesse feminino". (Cláudia Assunção)
b) Propaganda que dizia que seguro residencial a gente tem de escolher como escolhe marido. "Provavelmente uma mulher (a interlocutora), pois (a propaganda) faz comparações entre 'seguro residencial' e 'marido'." (Cláudia Assunção)
c) Se ele escrevesse na areia, o mar não apagaria. O feitiço da ilha Pavão: o mais novo livro de João Ubaldo Ribeiro. "Divulgação do novo livro de João Ubaldo Ribeiro , desperta forte interesse dos leitores (...) e instiga curiosidade". (Cláudia Assunção)
d) Propaganda da Sprite em internetês: "Propaganda de refrigerante destinada ao público jovem, antenado na internet, utiliza como atrativo a estrutura de uma página de relacionamentos e ortografia habitual dos 'navegantes'." (Cláudia Assunção)
Aula 1: A discussão de preconceitos linguísticos, literários e culturais
Exercícios:
1. A partir do dado que a literatura foi excluída dos currículos escolares do Rio de Janeiro em 2001, os alunos deveriam comentar que fatores poderiam ter motivado o governo a adotar tal medida e se, de fato, a literatura é necessária nas escolas.
"Através dela (a literatura), podemos conhecer várias visões de mundo diferentes e daí, construirmos a nossa própria". (Jordana Rackel Badiali)
2. A partir do quadrinho da Mafalda, o aluno deveria discutir como ocorre o preconceito cultural na tirinha.
"O que para uns é certo para outros pode não ser, mas neste quadrinho de Quino, podemos observar que o que não é certo para uns, torna-se automaticamente errado". (Jordana Rackel Badiali)
Análise do cotidiano - exercícios feitos em sala
Produto: Maizena
Grupo 1:
"A marca Maizena parece com a palavra 'mãezona'(...), dando a entender que o produto foi feito focando as mães. A marca tem relevo, demonstrando o afeto, sendo o que dá para se sentir. A embalagem, além de mexer com o olhar do consumidor, mexe com seu tato. Produto tradicional, explicado pela imagem de um povo antigo, os índios".
Grupo 2:
"A cor da embalagem, amarela, refere-se ao milho. A figura representa a tradição, contem índias que se encontram num estado de harmonia, desempenhando o seu papel dentro da tribo: cozinhar, plantar, colher e cuidar das crianças. Ao fundo, também encontramos a imagem de um homem com uma lança, demonstrando zelo com a tribo.
Há também o formato de um coração que engloba a palavra MAIZENA.
No verso da embalagem é demonstrada uma receita de quibe de berinjela. Porém, antes é escrito Nutri Receita, o que dá a ideia de ser um alimento saudável, o que lembra que MAIZENA fará receitas nutritivas e saudáveis para a família. Possui várias dicas, e a famosa Receita de Mingau, o que sempre promoveu a Maizena".