domingo, 12 de fevereiro de 2012

Interpretação de Textos - Aula 1. Exercício de sensibilização

Trabalho com os cinco sentidos  

a) Associar à música escutada em sala:
1)um cheiro
2) uma cor
3) uma sensação
4) um gosto
 
b) Sentir-se no lugar do outro: Trocar aleatoriamente os textos com os quatro sentidos descritos.

Cada aluno deve tomar a redação do colega e compor uma narrativa curta a partir das sensações descritas.



Gabriel M. Cruz
- Cheiro de macarrão
- Vermelho
- Tranquilo
- Doce refinado

A partir das sensações do Gabriel, a Juliany escreveu:

"É só mais um temporal, já já passa" - citei pela segunda vez em voz alta para ninguém além da parede. Olhei em volta e não havia nada ali que me agradasse, o cheiro de macarrão de aspecto duvidoso à minha frente era apenas mais uma prova de minha ingenuidade ao bater o pé e brigar por independência. Outrora, em dias chuvosos, estaria deitada sob a velha manta vermelha, um pouco gasta, enquanto lia um bom livro, devorando-o como se fora um doce refinado. Meus pensamentos flutuavam quando um trovão trouxe-me à realidade. A única luz de que dispunha era a de uma vela, já que a energia havia acabado. "Quem dera o tempo voltasse" - pensei desanimada enquanto ia para a cama depois de jogar o macarrão fora e apagar a pequena chama da vela.  

No texto da Juliany, ela cria uma personagem que vive maus momentos após ter decidido se tornar independente. Sem ninguém para lhe fazer companhia e nada que lha traga conforto, resigna-se a viver de nostalgias.  

Tiago B. Buscarelli
- Cheiro de mato, floresta, campo
- Cor verde musgo
- Sensação agradável, muita calma, relaxante
- Gosto igual a de um café sem açúcar

A partir das sensações do Tiago, o Jefferson escreveu:

Posso me considerar uma pessoa feliz, pois aproveitei minha infância ao máximo. Com bons amigos, sempre procurei aventuras em ambientes agradáveis: descobrindo trilhas na floresta verde musgo, relaxando com o cheiro de mato, contemplando os lindos campos sempre com muita calma, sem pressa em passar o tempo. Hoje, entretanto, vivo em um lugar onde a floresta se transformou em grandes árvores de ferro e a sensação é igual a de um café sem açúcar.  

No texto do Jefferson, o protagonista também vive infeliz no tempo presente e tem uma relação saudosista com sua infância.

Raiane Emanuele
- Cheiro de ar puro; das árvores
- Vermelho
- Sensação de estar em um outro lugar, longe daqui
- Gosto doce; chocolate

A partir das sensações da Raiane, a Fernanda Devecchi Prado escreveu:

Hoje, enquanto estava passando novamente em um dos vários congestionamentos quilométricos da nossa capital, fui tomado por um intenso sentimento de nostalgia ao ver um grupo de 4 crianças que corriam pela chuva, gritando, chutando poças de água e rindo no canteiro central, que separa as vias de uma das principais avenidas da cidade. Ao ver essa cena lembrei-me da minha infância, quando eu, meus irmãos e primos corríamos entre as árvores da pequena cidade de Registro, no interior de São Paulo, e após horas de brincadeira íamos até a varanda da casa para observar o belo pôr-do-sol que tingia magicamente todo o céu de vermelho. Sem dúvida, o mais belo espetáculo que já presenciei e que era acompanhado pela degustação de um maravilhoso pudim de chocolate - daqueles que só as mãos mágicas das avós podem fazer.

No texto da Fernanda, novamente vemos um protagonista que sente saudades de uma infância mais simples e com mais contato com a natureza.  

Filipi Bucciorell
- Cheiro insuportável (desagradável)
- Vermelho, preto, azul, todos misturados
- Sensação de loucura
- Gosto meio amargo (Diamante Negro)

A partir das sensações do Filipi, a Jaqueline de Matos Silva escreveu:

Mais um dia, aquela mesma rotina, milhares de pessoas à beira da loucura nessa capital maluca. Um vai e vem que lembra uma corrida para o fim desta tortura. A hora passa, o ritmo continua, as pessoas mudam, mas aquela fadiga desagradável continua provocando um gosto amargo insuportável. O absurdo é inevitável - todos misturados, sem sequer saber para onde são levados.  

No texto da Jaqueline, a frustração de viver em um lugar "sem açúcar e sem afeto" dá o tom do conto.

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