quinta-feira, 17 de maio de 2012

Simulado - Estilo Unicamp


Simulado Unicamp

Redação

Tema 1. Leia o texto abaixo, retirado do blog do jornalista Marcelo Tas (http://blogdotas.terra.com.br/2012/04/12/agora-e-lei-presidenta/):

Agora é lei: presidenta!

Acabou a moleza. Quem relutava, se negava ou criticava o pedido meigo de Dilma ser tratada como presidentA, pode se preparar para não ser pego fora da lei.
No último dia 3 de Abril, a presidentA sancionou a Lei 12.605/12, que determina a obrigação da flexão de gênero em profissões. Pra quem ainda duvida, está lá no site da PresidentA.
Agora é presidentA, gerentA, pilotA, etc… Aproveito para comunicar a todos que não vou deixar isso barato: a partir de agora, exijo ser tratado como jornalistO e humoristO.

Tas expressa sua visão sobre a nova lei de Dilma partindo de um ponto de vista masculino. Lola Aronovich (professora da UFC – Universidade Federal do Ceará), em contrapartida, expõe em seu blog uma concepção diferente no que se refere aos empregos do gênero na língua:

Nossa língua machista

(...) a não ser que você pense bastante no assunto, talvez nem esteja ciente de como a linguagem que usamos todos os dias é preconceituosa, e como coloca a mulher como cidadã de segunda classe. Por exemplo, quando usamos a palavra “homem” como sinônimo de “ser humano”, (...) passamos a impressão que homem é mais ser humano que mulher. Quando escrevemos sobre um sujeito indeterminado e dizemos “ele” ao invés de “ela”, idem. Quando usamos adjetivos no masculino, também. Por isso, em inglês, muita gente hoje escreve “s/he”. Em português, “ele(a)”, mas mesmo isso de colocar o pronome feminino entre parênteses já pode ser considerado discriminatório. Em alguns blogs, vejo gente usando o “@” como gênero neutro.
(...) Numa discussão em um post bem polêmico, uma leitora anônima reclamou porque escrevi “todas as psicólogas”: “A propósito, gostei do 'todas as psicólogas'. Homem não pode ser psicólogo? Isso é profissão de mulherzinha? Ok, estou só alfinetando, claro que você não acha isso, mas que soou estranho, soou”.
Eu respondi: “O 'Todas as psicólogas' é porque estou tentando adotar o artigo feminino em situações que têm muito mais mulheres que homens. Acho um absurdo falar em 'todos os psicólogos' (na turma de uma amiga minha não havia um só homem), 'os nutricionistas', 'os enfermeiros' etc. É um fato que a maior parte das pessoas nessas profissões são mulheres. E acho errado, por causa de uns 10% de homens (minoria absoluta), referir-se à profissão com o gênero masculino. No meu blog falo 'pras leitoras', já que 70% do meu blog é leitora, não leitor. Engraçado como vivemos num mundo em que falar 'leitoras' exclui os leitores, mas falar 'leitores' não exclui as leitoras...” Nós, mulheres, estamos tão acostumadas a sermos excluídas na nossa própria língua que até achamos estranho se um artigo for usado no feminino.
Dona de casa ainda é pra mulher, quase que exclusivamente. É muito mais comum ouvir que o homem é o dono da casa (da casa específica, não de casa, genérico), o provedor, que dono de casa.
(...)

Imagine-se no lugar de Lola, que, ao ler o texto no blog de Marcelo Tas, resolve escrever-lhe uma réplica. Elabore um comentário-resposta ao post de Tas levando em consideração os argumentos defendidos pela professora da UFC.

Redação de Fabiano Santiago da Rocha (clique para ler; se a visualização ficar ruim, use o botão direito do mouse para exibir a imagem em tamanho grande):

  
Redação de Madssan Souza (clique para lerse a visualização ficar ruim, use o botão direito do mouse para exibir a imagem em tamanho grande):



Tema 2. Leia o texto abaixo, extraído do site de informações da Editora Abril (http://info.abril.com.br/noticias/tecnologia-pessoal/governo-de-sp-ira-digitalizar-40-das-aulas-05042012-35.shl).

Governo de SP irá digitalizar 40% das aulas

São Paulo - O governo de São Paulo anunciou que pretende tornar digitais até 40% das aulas ministradas na rede pública de ensino. Para isso, o órgão público comprará equipamentos, treinará professores e criará serviços de educação à distância.
O projeto "Aula Interativa", proposto ao governo paulista pela Dell Computadores, será feito por meio de uma parceria público-privada e irá abranger todas as disciplinas dos colégios estaduais de 5ª a 9ª série do ensino fundamental.
A empresa responsável pelo fornecimento dos conteúdos e equipamentos eletrônicos será escolhida em edital, ainda sem um prazo definido para ser lançado. O investimento inicial do governo será de R$ 5,5 bilhões em 10 anos.
Segundo a Secretaria de Estado da Educação, a pasta será a responsável pela definição dos critérios técnicos e prevê que a instalação de lousas digitais tenha início já em 2013. Em seguida, serão distribuídos notebooks e tablets às escolas.
O projeto prevê que a empresa escolhida também fique responsável por criar os conteúdos a serem distribuídos para as aulas digitais. Entre os exemplos, foram citados vídeos curtos para explicar as matérias e jogos lúdicos para fixar os conteúdos. Segundo o governo, essa iniciativa visa melhorar a qualidade do ensino e atrair a atenção dos alunos às aulas.
No entanto, o projeto já recebe críticas. Especialistas afirmam que não há nenhuma pesquisa que relacione o uso da tecnologia com a melhoria da qualidade do ensino e que a porcentagem estabelecida pelo governo pode limitar a atividade dos professores nas escolas.
Além disso, a escolha de uma empresa privada para desenvolver o conteúdo didático das aulas foi alvo de críticas. Opositores do governador Geraldo Alckmin (PSDB) na Assembleia Legislativa classificaram a decisão como "privatização do ensino".
O custo do projeto também foi alvo de questionamentos. Ao todo, o governo pretende investir 5,5 bilhões de reais no projeto ao longo de dez anos.
De acordo com a Secretaria Estadual de Educação, todos os conteúdos digitais desenvolvidos pela empresa privada seguirão as apostilas do Estado e terão de ser aprovados pela pasta, que também garante que os professores não perderão autonomia com o projeto.

Adote uma posição contrária ao projeto de virtualização das aulas e escreva uma carta aberta ao público em que aponte as falhas do “Aula Interativa”. Assine a carta apenas com as iniciais do seu nome. 

  
Redação de Ivan Pinheiro (clique para lerse a visualização ficar ruim, use o botão direito do mouse para exibir a imagem em tamanho grande):



  
Redação de Thainá Silva (clique para lerse a visualização ficar ruim, use o botão direito do mouse para exibir a imagem em tamanho grande):


Tema 3.

Convite

            Ah, moça, esta cidade da Bahia é múltipla e desigual. Sua beleza eterna, sólida como em nenhuma cidade brasileira, nascendo do passado, rebentando em pitoresco cais, nas macumbas, nas feiras, nos becos e nas ladeiras, sua beleza tão poderosa que se vê, se apalpa e cheira, sua beleza de mulher sensual, esconde um mundo de miséria e de dor. Moça, eu te mostrarei o pitoresco, mas te mostrarei também a dor.
            Vem e serei teu guia turístico. Juntos comeremos no Mercado o vatapá apimentado e a doce cocada de rapadura. Mas não te levarei apenas aos bairros ricos, de casas modernas e confortáveis. Iremos nos piores bondes para a Estrada da Liberdade, onde descobrirás a miséria do povo e os  cortiços infames.
            Esse é um estranho guia, moça. Com ele, não verás apenas a casca amarela e linda da laranja. Verás igualmente os gomos podres que repugnam o paladar. Porque assim é a Bahia, mistura de beleza e sofrimento, de fartura e fome, de risos e de lágrimas doloridas. Teus pés pisarão sobre o mármore das igrejas, tuas mãos tocarão o ouro de São Francisco, teu coração pulsará mais rápido ao som dos atabaques. Mas moça, estremecerás também muitas vezes e teu coração se apertará de angústia ante a procissão fúnebre dos tuberculosos na cidade de melhor clima e de maior porcentagem de tísicos do Brasil. A beleza habita nesta cidade misteriosa, moça, mas ela tem uma companheira inseparável que é a fome.
            Se és apenas uma turista ávida de novas paisagens, então não queiras esse guia. Mas se queres ver tudo, na ânsia de tudo aprender e descobrir, se queres realmente conhecer a Bahia, então vem comigo e te mostrarei as ruas e os mistérios da cidade de Salvador. Sairás daqui certa de que este mundo está errado e que é preciso refazê-lo para melhor. Porque não é justo que tanta miséria caiba em tanta beleza. Riremos juntos e juntos nos revoltaremos. Qualquer catálogo, livro ou propaganda te dirá quanto custou o Elevador Lacerda, a idade exata da catedral, o número certo dos milagres do Senhor do Bonfim. Mas eu te direi muito mais. Junto com a beleza e com poesia te direi da dor e da miséria.     
Vem, a Bahia te espera. É uma festa e também um funeral. Vou mandar que batam os atabaques e os barcos partam rumo ao mar. A doce brisa, os ventos e palma dos coqueiros te saudarão das praias.
Vem, a Bahia te espera!

(In: http://estacaodapalavra.blogspot.com.br/2011/03/redacao-proposta-de-descricao.html)

O texto acima foi escrito por Jorge Amado para descrever seu estado natal. Elabore você também um convite turístico, em que os estrangeiros sejam persuadidos a visitar o Brasil. Use descrições objetivas e subjetivas na composição de sua redação.

  
Redação de Jonas Silva (clique para lerse a visualização ficar ruim, use o botão direito do mouse para exibir a imagem em tamanho grande):


  
Redação de Thainá Idalgo (clique para lerse a visualização ficar ruim, use o botão direito do mouse para exibir a imagem em tamanho grande):





2 comentários:

Anônimo disse...

Olá, tive uma dúvida ao fazer a proposta número "comentário-reportagem". Como esse gênero é uma resposta ao Marcelo Tas, eu não teria que assinar este comentário no final de meu texto? No caso, seria assinado pela professora Lola. Aguardo resposta. Obrigada.

Profa. Carina disse...

Geralmente, pede-se que o aluno assine apenas as iniciais ou "Fulano de tal" ao redigir uma carta (essas informações vão estar presentes no enunciado da proposta de redação). Neste caso, como não há nenhuma informação específica de como assinar, deve-se partir do pressuposto que quem escreve carta é Lola.